Notícia

O poder transformador de práticas esportivas em crianças com deficiência motora e/ou intelectual

Projeto da Universidade Federal de Lavras (UFLA) tem como finalidade favorecer a participação de crianças que apresentam deficiência motora e intelectual

Luiz Felipe e Sérgio Augusto, Comunicação UFLA

Fonte

UFLA | Universidade Federal de Lavras

Data

quarta-feira, 23 setembro 2020 10:40

Áreas

Educação Física. Inclusão Social.

Pesquisa desenvolvida no Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Lavras (UFLA) aponta o poder transformador de práticas esportivas e recreativas em crianças com deficiência, que resultam em inclusão, respeito e quebra de padrões.

Mais de 45 milhões de brasileiros possuem algum tipo de dificuldade para ver, ouvir, movimentar-se ou incapacidade mental, segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estatísticas (IBGE). Ainda de acordo com o IBGE, se o Brasil tivesse 100 pessoas, aproximadamente sete teriam deficiência motora; cinco, auditiva; e 19, visual.  Além disso, de 70 milhões de pessoas no mundo com Transtorno do Espectro Autista (TEA), dois milhões são brasileiros, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Tendo em vista esses dados, o Núcleo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Paradesporto da Universidade Federal de Lavras (UFLA) realiza práticas recreativas e iniciação esportiva com o objetivo de propor momentos de interação e, principalmente, inclusão, para crianças que apresentam alguma deficiência. O Núcleo, vinculado ao Departamento de Educação Física (DEF), atua desde 2017 e os resultados advindos dos trabalhos realizados surpreendem pesquisadores e familiares, com transformações visíveis e significativas na vida dos participantes.

Tais mudanças despertaram o interesse para pesquisas relacionadas à inclusão de crianças com deficiência por meio do esporte. As atividades foram realizadas na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e no Centro de Educação e Apoio às Necessidades Auditivas e Visuais (Cenav).

A Dra. Nathália Maria Resende, professora do DEF e coordenadora do núcleo, relata que o projeto tem como finalidade favorecer a participação de crianças que apresentam deficiência motora e intelectual: “A falta da metodologia do desporto voltado para essas crianças pode causar a inatividade. Diante dessa proposta, é notória a importância do projeto para integrá-las e incluí-las na sociedade, focando em um caminho eficaz para o desenvolvimento de atividades motoras, estimulando e valorizando as suas potencialidades.”

Práticas esportivas com crianças autistas

As práticas corporais inclusivas para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi o foco de outra pesquisa da UFLA, realizada pela pós-graduanda Ana Cláudia Vasconcelos da Costa. Foram realizadas atividades recreativas com jogos e brincadeiras, voltadas para o trabalho da coordenação motora grossa e fina, direção, equilíbrio, força, circuitos psicomotores, associação de números e cores, noções espaciais, brincadeiras populares e habilidades motoras básicas.

Primeiramente, Ana Cláudia avaliou as crianças de acordo com alguns domínios, como socialização, oralidade, convívio, funções motoras, entre outros. Após essa avaliação, houve o convívio da pesquisadora com as crianças. Por fim, para respeitar a individualidade de cada criança, as atividades eram adaptadas de acordo com as características que elas apresentavam. A pesquisadora relata que a atividade física teve um resultado positivo para as crianças com autismo, tanto no aspecto da afetividade, quanto cognitivo e motor.

“Meu filho é autista e tem 5 anos. Antes de ele participar do projeto, não pulava direito, era agressivo, batia em qualquer um. Hoje ele aprendeu a pular, a andar com segurança, a conversar e interagir com outras pessoas; além disso, ele está mais calmo e conversa bastante. O projeto foi muito eficaz. A família precisa acreditar que vai melhorar e que vai trazer benefícios, pois ele está interagindo mais com as pessoas, conversando mais e a cada dia tem um resultado melhor”, comentou a mãe de uma criança participante do projeto.

A importância do professor de Educação Física

A profissional de educação física Tássia Placedino Silva Oliveira, pesquisadora da UFLA,  salientou a importância do professor de Educação Física em instituições de ensino especializadas para crianças com deficiências, pois ele será capaz de planejar atividades adaptadas e adequadas para auxiliar no desenvolvimento de cada criança. Após coletar informações de crianças e professores que participaram das pesquisas anteriores, ela pôde comprovar que as práticas esportivas resultaram em transformações importantes. “Essas escolas já buscam promover uma aprendizagem adequada para as crianças com deficiência intelectual e/ou múltiplas, com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa. As atividades realizadas pelos projetos foram ao encontro desse objetivo e contemplaram as particularidades das crianças; asseguraram que os estímulos ofertados fossem apropriados para o desenvolvimento de todos os participantes”, explicou Tássia.

Sendo assim, as pesquisas realizadas pelas pesquisadoras da UFLA comprovam que a aplicação de conteúdos da Educação Física Escolar, de forma lúdica, estruturada e bem conduzida nas aulas, contribui efetivamente para a autonomia, a imaginação e a cooperação entre os estudantes com deficiência motora e/ou intelectual, expandindo os conhecimentos e possibilitando uma sensação de bem-estar e, consequentemente, a inclusão e respeito,  levando-os a ter melhor qualidade de vida e, logo, quebrando padrões excludentes da sociedade.

Acesse a reportagem completa na página do Portal da Ciência da UFLA.

Fonte: Greicielle Santos, Comunicação UFLA. Imagem: Luiz Felipe e Sérgio Augusto, Comunicação UFLA.

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