Notícia

Emergência e cuidados críticos: nova placa de ressuscitação cardiopulmonar para pacientes em decúbito ventral

Fonte: Matthew J Douma, Ella MacKenzie and Peter G. Brindley

Fonte

Universidade de Alberta

Data

quinta-feira, 24 setembro 2020 09:35

Áreas

Bioeletrônica. Biomecânica. Emergência. Medicina. Medicina Intensiva.

Uma necessidade potencial desencadeada pela pandemia COVID-19 inspirou uma equipe de médicos e acadêmicos canadenses a construir uma placa de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) mais eficiente para uso em departamentos de emergência e unidades de terapia intensiva.

Por causa do ataque da COVID-19 aos pulmões, muitos pacientes em departamentos de emergência e cuidados intensivos são colocados de bruços, pois parecem oxigenar melhor nessa posição. Atualmente, porém, não há orientação formal para os médicos sobre a melhor forma de ressuscitar um paciente que sofre uma parada cardíaca nesta situação.

“Muitos profissionais de saúde não estão acostumados a cuidar de pessoas nessa posição”, disse o Dr. Matthew Douma, enfermeiro e professor da Universidade de Alberta, no Canadá. “No caso de parada cardíaca, você só faz as compressões nas costas ou vira? Isso é relevante porque o processo pode aumentar o risco de você pegar COVID-19 ou pelo menos ficar mais exposto”.

Em julho, a equipe  publicou uma revisão examinando todas as evidências disponíveis de ressuscitação em um paciente em decúbito ventral. Eles determinaram que poderiam atender a uma necessidade urgente, melhorando os equipamentos disponíveis nos departamentos de emergência e UTIs.

A equipe concluiu que uma placa de RCP padrão não era suficiente e que outras opções disponíveis também não eram ideais. O trabalho logo começou em um novo protótipo de placa de RCP para pacientes em decúbito ventral, que seria colocado entre o paciente e o colchão, e incorporando uma parte adicional de encaixe sob o esterno – onde um profissional de saúde normalmente colocaria suas mãos ao fornecer RCP para salvar vidas.

“Em nossa análise, vimos que esse tipo de equipamento não existe. Não há nada comercialmente disponível. Por isso, projetamos uma nova placa com a ajuda da [empresa] Ledcor Technical Services, testamos com manequins de RCP de alta fidelidade e demonstramos sua eficácia. Agora, disponibilizamos o design gratuitamente e ele foi baixado milhares de vezes”, ressaltou o Dr. Matthew.

De acordo com o Dr. Matthew Douma, os testes em laboratório da placa de RCP com elevação do esterno mostraram um aumento de 40% na proporção de compressões que atingiram a profundidade ideal em manequins na posição decúbito ventral. Atualmente a placa é usada em um pequeno número de UTIs no Brasil e na França.

“Basicamente, passamos da concepção para ter um protótipo de madeira em dois dias, para ter um desenho eletrônico em cinco. Ele estava disponível para download duas semanas depois disso ”, disse o Dr. Douma.

“[O projeto] preencheu uma lacuna. Não tínhamos isso, não sabíamos o que faríamos em uma parada cardíaca em um paciente de bruços se a situação surgisse. Agora, saber que existe uma ferramenta disponível, nos fez sentir mais preparados”, concluiu o especialista.

Acesse a página do projeto (em inglês).

Acesse o artigo de revisão completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).

Fonte: Ross Neitz, Revista Folio, Universidade de Alberta. Imagem: Desenho 3D da placa de ressuscitação. Fonte: Matthew J Douma, Ella MacKenzie e Peter G. Brindley.

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