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Estudo alerta para a importância do isolamento social durante a gestação

Estudo da UFF sinaliza que a conjuntura que se apresenta atualmente é mais alarmante do que se acreditava até o momento e que é preciso redobrar o cuidado com as gestantes

Getty Images

Fonte

UFF | Universidade Federal Fluminense

Data

quarta-feira, 5 agosto 2020 12:35

Áreas

Medicina. Saúde da Mulher. Saúde Pública.

A cada dia que passa, o isolamento social em função da pandemia parece ter menos adeptos no país. As calçadas cada vez mais cheias de gente, nas capitais e interiores dos Estados, sinalizam para a transformação da quarentena em um “novo normal”, situação em que as pessoas circulam com relativa liberdade pelas cidades mas tomando, pelo menos teoricamente, alguns cuidados preventivos.

Apesar dessa mudança de comportamento, continua em alta o índice de letalidade pelo novo coronavírus no Brasil, com uma média de mais de mil mortos por dia, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde. O novo cenário tem sido particularmente desafiador para as pessoas que pertencem aos grupos de risco e são mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros graves da infecção. Para elas, mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento, ainda não parece ser o melhor momento para sair de casa.

Esse é o caso, por exemplo, das mulheres grávidas. Estudo da Universidade Federal Fluminense (UFF), coordenado pelo Dr. Renato Augusto Moreira de Sá, professor de Obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFF, com a participação de profissionais da saúde do Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP/UFF/Ebserh), sinaliza que a conjuntura que se apresenta atualmente é mais alarmante do que se acreditava até o momento e que é preciso redobrar o cuidado com as gestantes.

De acordo com o coordenador, uma pesquisa publicada recentemente na revista científica International Journal of Gynecology and Obstetrics aponta que ocorreram 124 mortes maternas por COVID-19 no Brasil, o que representa 77% das mortes de grávidas em todo o mundo. Além da suscetibilidade das gestantes à infecção por COVID-19, o Dr. Renato destaca o fato de a doença também poder atingir os bebês.

“Soma-se a isso a possibilidade da transmissão vertical, como relatada em uma revisão sistemática em abril deste ano. De um total de 70 recém-nascidos de mães com infecção comprovada pelo novo coronavírus, 7,1% tiveram infecção precoce detectada no segundo dia de vida. Mais recentemente, outra publicação alertou para a possibilidade de mortes fetais em gestações com infecção por COVID-19”, enfatizou o especialista.

A equipe liderada pelo Dr. Renato busca entender melhor o comportamento do vírus por trás desses números alarmantes e pretende lançar em breve uma coleta de dados estruturada e prospectiva. A ideia é possibilitar a emergência de futuros projetos de pesquisa capazes de caracterizar de forma mais precisa os riscos associados à infecção por COVID-19 durante a gestação. Até o momento, segundo o Dr. Renato, ainda existem poucas publicações científicas circulando sobre o tema.

O professor destaca ainda o papel fundamental da família para a proteção da gestante. “Os familiares precisam se cuidar com o mesmo nível de atenção para não contaminá-las. De nada adiantaria a grávida ficar em isolamento social e ser contaminada por um parente que não está respeitando as orientações das autoridades sanitárias”.

Esse cuidado, de acordo com o pesquisador, é ainda mais relevante nessa época do ano, em que aumenta a circulação de outros vírus, como o H1N1 e o Zika, com a diferença de que já se tem vacina para o primeiro e existem métodos bem desenvolvidos de combate ao mosquito transmissor da doença, no caso do Zika. “Sem vacinação ou outros recursos eficazes para combate à COVID-19, somado ao grande desconhecimento sobre ele e os índices de mortalidade no país, no entanto, a conduta mais adequada ainda continua a ser a preventiva”, conclui o médico.

Acesse a notícia completa na página da UFF.

Fonte: Universidade Federal Fluminense. Imagem: Getty Images.

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