Destaque

Monitoramento dos batimentos cardíacos fetais ajuda efetivamente na redução de cesarianas de emergência

Fonte

Universidade de Warwick

Data

sábado. 10 abril 2021 12:10

Ausculta intermitente, na qual o batimento cardíaco do bebê é monitorado por meio de um auxílio sônico ou sonda Doppler, supera os métodos mais modernos na redução do número de cesarianas de emergência durante o trabalho de parto, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Warwick, no Reino Unido.

Embora vários métodos alternativos de monitoramento do bem-estar do bebê durante o parto tenham sido desenvolvidos nas últimas décadas, pesquisas alertaram que nenhum deles teve impacto na redução do número de cesáreas de emergência realizadas.

A pesquisa, publicada na revista científica Canadian Medical Association Journal, sugere que esses métodos mais recentes não estão ajudando os médicos a distinguir se a mãe precisa de uma cesariana de emergência melhor do que o método mais antigo e estabelecido de ausculta intermitente dos batimentos cardíacos do bebê.

A prática padrão nas maternidades é que todas as mulheres em trabalho de parto recebam acompanhamento para garantir que seu bebê esteja seguro. Quando um médico detecta sinais de que o trabalho de parto não está indo bem, ele interrompe o trabalho e agiliza o parto com uma cesariana de emergência.

A ausculta intermitente foi introduzida há mais de quarenta anos para ajudar os médicos a detectar problemas com o bebê. Hoje, há uma série de alternativas projetadas para fornecer aos médicos mais informações sobre o bebê, conhecidas como vigilância fetal, incluindo o uso de ecocardiogramas, exames de sangue e modelagem de Inteligência Artificial.

Embora vários ensaios clínicos tenham sido realizados com esses métodos antes, esta é a primeira vez que todos esses métodos foram comparados entre si. Para este estudo, a equipe de pesquisa conduziu uma revisão sistemática e uma nova meta-análise de rede de 33 estudos randomizados anteriores sobre o assunto, que envolveram um total de 118.000 mulheres em todo o mundo, um dos maiores e mais abrangentes estudos desse tipo. Os pesquisadores descobriram que todos os métodos de vigilância produziram resultados semelhantes para os bebês, mas apenas a ausculta intermitente reduziu as cesarianas sem qualquer risco adicional para a segurança dos bebês. Os pesquisadores estimam que o uso de ausculta intermitente levou a uma redução média de 30% nas cesarianas de emergência em comparação com outros métodos (variando de 20% a 40%, dependendo do método de comparação).

“Infelizmente, todas as contribuições que fizemos neste campo nos últimos quarenta anos não estão rendendo um benefício significativo para tornar o parto mais seguro”, disse o Dr. Bassel Al Wattar, autor principal do estudo e professor da Escola Médica da Universidade de Warwick .

“O resultado de qualquer trabalho de parto deve ser uma mãe saudável voltando para casa com um bebê saudável. Nosso objetivo foi encontrar o método de vigilância fetal que oferece a melhor precisão diagnóstica para ajudar a identificar os bebês em risco, sem aumentar o número de cesarianas de emergência. Especificamente em relação àqueles [metodos] que não estão produzindo um benefício claro para melhorar o bem-estar dos bebês. Apenas a ausculta intermitente atingiu este objetivo em nosso estudo”, destacou o Dr. Bassel Al Wattar.

Uma cesariana normalmente seria realizada por solicitação materna, de acordo com as diretrizes recentes do NICE, ou se os médicos acharem que há perigo iminente para a saúde da mãe ou do bebê. Uma cesariana de emergência realizada por suspeita incorreta de comprometimento fetal pode gerar um risco desnecessário para a mãe, prolongar sua permanência no hospital e aumentar o risco de complicações em gestações futuras.

A Dra. Siobhan Quenby, professora de Obstetrícia da Universidade de Warwick disse: “Suspeitamos que o problema com alguns desses métodos de monitoramento é que eles estão enviando sinais falsos de que o bebê está comprometido quando não está e, portanto, uma cesariana [de emergência] está sendo realizada sem nenhum benefício claro. É importante observar que nossos achados não sugerem que os novos métodos de monitoramento sejam prejudiciais ou aumentem as cesarianas de emergência, mas simplesmente não estão ajudando a reduzi-las ou melhorar a segurança do parto em comparação com uma tecnologia mais antiga, mais barata e amplamente acessível”.

“Esta é uma prioridade de saúde pública muito relevante, porém as pesquisas realizadas até o momento não estavam indicando um benefício significativo para abordar este problema. Isso só pode ser resolvido através da realização de grandes estudos clínicos e avaliação de todas as intervenções disponíveis e, ao mesmo tempo, investindo em inovação tecnológica para nos fornecer melhores ferramentas de monitoramento. É uma triste verdade que, mesmo com a utilização de equipamentos altamente sofisticados, nascem bebês com sinais de privação de oxigênio. Portanto, é imperativo que seja investido em maneiras de monitoramento que forneçam um benefício significativo [para a saúde da mãe e do bebê] sobre os métodos tradicionais”, concluiu a Dra. Siobham Quenby.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Warwick (em inglês).

Fonte: Peter Thorley, Universidade de Warwick.

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