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Luta contra a malária: 99% dos casos da doença no Brasil estão na região amazônica

Fonte

Ebserh | Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Data

quinta-feira. 25 abril 2024 18:25

A malária é típica de países subtropicais e tropicais, como é o caso do Brasil, e sua transmissão em humanos acontece pela picada da fêmea do mosquito-prego (gênero Anopheles), infectadas pelo parasita Plasmodium. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), 99% dos casos no Brasil estão na região amazônica. Para fomentar o controle efetivo da enfermidade, foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial da Luta contra a Malária (25 de abril).

A malária é uma doença infecciosa febril aguda, que tem cura e o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Entretanto, se faz necessário um rápido diagnóstico para evitar formas graves da doença. Contribuindo com uma assistência de qualidade, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) possui hospitais universitários que são referência para esse tipo de atendimento, além de contar com profissionais capacitados para esclarecer sobre a doença, não só em regiões de grande incidência, mas em todo o Brasil.

Não há transmissão direta da doença de uma pessoa para outra

O Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), vinculado ao Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA/Ebserh), é referência estadual no atendimento à malária, principalmente os casos mais graves. O diagnóstico e o tratamento são realizados Unidade de Doenças Infectoparasitárias (Udip), em pacientes referenciados por meio da Rede de Atenção Básica de Saúde.

O Dr. Jose Eudes de Carvalho Neri, médico infectologista do HUJBB, explicou que a malária mais incidente no Brasil é a causada pelo parasita Plasmodium vivax. “No último boletim de dados de 2022 do MS, o vivax era responsável por 84,2% das infecções, mais de 100 mil casos. O segundo agente é o Plasmodium falciparum com 13,9%, com mais ou menos 17 mil casos”, revelou. Segundo ele, há também uma expressiva proporção de pacientes que apresentam infecção mista, causada por dois tipos de espécies, que corresponde a mais ou menos 1,8%, cerca de 2 mil casos.

Complementando as informações, o Dr. Thiago Mendes, infectologista do Hospital Universitário de Lagarto (HUL-UFS), em Sergipe, explicou que, geralmente, o Plasmodium falciparum causa a doença na sua forma mais complicada. “A malária, normalmente, vai se manifestar no organismo com febre, às vezes febre alta, e a depender da gravidade é possível ter uma destruição muito grande das hemácias e isso pode provocar uma anemia importante com disfunção hepática, dano cerebral”, explicou. Segundo o médico, o risco de gravidade é maior principalmente pelo falciparum. Já quanto ao vivax, há pacientes, principalmente os que moram na região que já tem a malária por muito tempo, ou não apresentam sintoma ou só uma febre muito baixa que dura poucos dias, relatou o especialista.

O problema nesses casos é que, às vezes, o paciente contaminado pelo vivax fica com ele por muito tempo no organismo, mas sem sintoma algum. Entretanto, o parasita continua perpetuando-se pelo sistema. Se essa pessoa for picada por um mosquito e depois esse mosquito picar outra pessoa, vai acontecer a transmissão. Ela não acontece de forma direta de uma pessoa para outra, mas sempre pela picada do mosquito contaminado, esclareceu o especialista.

Viajantes que visitam a região amazônica precisam redobrar a atenção

O Dr. José Eudes citou os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará e estados do centro-sul e do Nordeste (Maranhão, Tocantins, Roraima e Rondônia), como locais com maior incidência na região amazônica, em mais ou menos 808 municípios. Já a região extra-amazônica, corresponde a 1% dos casos em sua maioria. “O principal motivo destes casos se concentrarem na região amazônica é a presença do vetor. Então, o plasmodium está dentro de um vetor, que é um mosquito. E a presença desse mosquito mantêm a cadeia de transmissibilidade da doença”, frisou o infectologista.

Entretanto, o Dr. Thiago Mendes, chamou a atenção que, embora seja raro nas regiões fora da Amazônia, a malária permeia o Brasil como um todo, onde há alguns focos da Mata Atlântica. Mas o alerta principal é para os viajantes em visita à região amazônica.

“Uma pessoa que mora na região e que teve malária diversas vezes tem a chance de ter uma menor gravidade da doença se comparado com o viajante. É uma lógica um pouco invertida da dengue. Esta última, quanto mais vezes você pegar a doença, maior chance de você ter uma dengue hemorrágica; já com a malária é o contrário. O viajante que vai pela primeira vez e pega malária tem mais chance de ter complicações”, comentou.

Teste para detectar tipos de parasita é fundamental para tratamento

Quanto ao diagnóstico, o Dr. José Eudes explicou que, por se tratar de uma doença infecciosa, precisa ter acompanhamento da suspeita clínica, que leva em conta a exposição ao vetor, a exposição às áreas de riscos endêmicas e ao quadro de febre. Além disso, é preciso solicitar um teste laboratorial. “Essa febre é precedida de calafrios, seguida por sudorese profunda, fraqueza, dor de cabeça, que ocorre em padrões cíclicos de 24/48 a 72 horas”, frisou. O teste mais utilizado é o da microscopia direta pela gota espessa (uma gota de sangue é colhida da ponta do dedo do paciente). O teste é feito nos locais de referência, para identificar o tipo de plasmodium e assim realizar o tratamento mais correto.

Entre as unidades da Rede Ebserh, tem também o Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT), que é referência no atendimento da malária em Araguaína e região. O acesso ao serviço é realizado por meio de encaminhamento da Rede de Atenção à Saúde (RAS).

Acesse a notícia completa na página da Ebserh.

Fonte: Danielle Morais e Danielle Campos, Coordenadoria de Comunicação Social da Ebserh.

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