Notícia

Uso de animais em pesquisas abrange desafios éticos e compromissos com novas tecnologias

Métodos alternativos têm sido validados, mas não servem para todos os casos

Divulgação

Fonte

Fiocruz

Data

terça-feira, 28 fevereiro 2017 13:25

Áreas

Indústria Farmacêutica. Pesquisa Clínica. Testes \"in vivo\".

Vacinas. Medicamentos. Kits de diagnósticos. As substâncias indispensáveis à saúde são descobertas ou desenvolvidas a partir de muitos estudos e experimentos científicos. Os testes que mostram como elas se comportam em um organismo vivo passam hoje por etapas que exigem experimentos em animais. Esses estudos envolvem uma discussão ética, e muitas vezes são alvos de polêmica. São realmente necessários? Como são criados estes animais? O que se pode fazer com eles? O uso é válido para obter um benefício maior para uma população?

Hoje, a resposta da maior parte dos cientistas é: sim, eles são necessários. “Ninguém opta por usar animais, havendo métodos alternativos validados e comprovadamente eficazes para aquele teste. Mas ainda hoje, apesar da evolução tecnológica, não existem alternativas válidas para todos os estudos que precisam ser realizados”, disse à Revista Radis a médica veterinária Dra. Carla de Freitas Campos, diretora do Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos (ICTB/Fiocruz). Ela explicou que os animais ainda são os modelos mais parecidos com os humanos para se desenvolverem estudos científicos e tecnológicos em saúde. “Sem eles, muitas das grandes conquistas e prêmios Nobel na área da saúde, que hoje salvam milhares de vidas, não teriam sido alcançados”.

A pesquisadora esclareceu que a ciência de animais de laboratório em todo o mundo é regida atualmente pelos princípios dos 3Rs. A sigla, inspirada nos conceitos de sustentabilidade ambiental, relaciona as iniciais, em inglês, de seus principais objetivos: redução (Reduction), refinamento (Refinement) e substituição (Replacement), que de forma resumida significam a redução do número de animais utilizados na pesquisa, a melhora na condução dos estudos, no sentido de minimizar o sofrimento ao mínimo possível, e a busca de métodos alternativos que, por fim, substituam os testes in vivo.

“O animal não é insumo, é um ser vivo”, reforçou a médica veterinária Dra. Maria Inês Doria, coordenadora do Mestrado Profissional em Ciência em Animais de Laboratório do ICTB/Fiocruz, primeiro do país a tratar do tema. A primeira turma ingressou no primeiro semestre de 2016, com 10 alunos, e reúne biólogos, médicos veterinários, zootecnistas e profissionais da área de gestão. “O objetivo é que o aluno aplique cada vez mais os 3Rs e quem sabe no futuro, com o avanço tecnológico, consiga substituir o uso dos animais”, sintetizou Maria Inês. “Não existia nenhuma formação profissional sistemática. A técnica ia se desenvolvendo no aprendizado do dia a dia. Ao longo do tempo, vários aspectos da experimentação foram mudando, com muitos modelos sendo desenvolvidos”, descreveu.

A legislação atualmente em vigor que regulamenta o uso de animais em pesquisa científica no Brasil é a Lei 11.794, de 2008, conhecida como Lei Arouca. Ela tramitou por 13 anos no Congresso, tendo sido sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu nome é uma homenagem ao médico sanitarista e ex-presidente da Fiocruz Sergio Arouca, autor do projeto de lei.

Leia a reportagem completa na página da Fiocruz.

Fonte: Elisa Batalha, Revista Radis, Fiocruz. Imagem: Divulgação.

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