Notícia

Terapia inédita para regenerar lesões da medula

Método desenvolvido pelos investigadores da Universidade do Porto já foi testado com sucesso em modelos celulares e em um modelo animal

Shutterstock

Fonte

Universidade do Porto

Data

terça-feira, 11 fevereiro 2020 11:35

Áreas

Medicina. Biologia. Biomecânica e Reabilitação.

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto, em Portugal, publicou recentemente um artigo na revista científica The Journal of Clinical Investigation onde descreve a forma como uma versão modificada da proteína Profilina-1 (Pfn1) estimula a regeneração de neurônios no sistema nervoso central após uma lesão ou trauma.

Este trabalho já foi premiado várias vezes e a utilização desta proteína modificada em lesões e doenças do sistema nervoso está patenteada pelo i3S. A nova terapia foi ainda testada em modelos celulares e num modelo animal com resultados excelentes. Os investigadores pretendem agora testá-la em dois estadios diferentes de lesão medular, uma condição que, por ano, afeta mais de 200 mil novos pacientes em todo o mundo.

Apesar do progresso considerável no que diz respeito aos procedimentos médicos, cirúrgicos e de reabilitação, não existem ainda tratamentos eficazes para a recuperação neurológica em caso de lesões da medula, o que resulta em incapacidades permanentes aos pacientes. Daí a necessidade e a urgência de se encontrarem terapias que promovam o crescimento do axônio (prolongamento do neurônio que estabelece a sua ligação a uma célula-alvo) e a reparação da medula espinal.

A equipe de pesquisadores do i3S demonstrou neste estudo que a Pfn1 – a proteína que regula a dinâmica do esqueleto celular –, quando está expressa nos neurônios numa quantidade muito elevada, promove o crescimento do axônio com efeitos “robustos e surpreendentes”, mais concretamente, duplica o seu crescimento. Nenhuma outra molécula ou medicamento tem este resultado.

Segura, específica e abrangente

A primeira autora do artigo, a Dra. Rita Costa, explica as grandes vantagens da terapia proposta: “Como se trata de uma proteína que já é naturalmente expressa no nosso organismo, não corremos o risco de uma rejeição. O que vamos fazer é com que os neurônios produzam maior quantidades desta proteína na sua forma ativa. Além disso, o veículo que vamos usar para administrar a proteína modificada também já é usado no tratamento de outras doenças do sistema nervoso (cegueira hereditária e atrofia muscular espinal) e em múltiplos ensaios clínicos para outras patologias”.

A pesquisadora sublinha ainda que se trata de uma terapia que não influencia as outras células e visa apenas fazer crescer os neurônios, que “sem ajuda são incapazes de se regenerarem sozinhos”.

Por último, adianta a especialista, “é abrangente porque pode ser testada noutros casos em que a integridade neuronal está comprometida, como neuropatias periféricas: danos nos neurônios que inervam os músculos das cordas vocais, disfunção erétil resultante de intervenções cirúrgicas, e neuropatias resultantes de efeito secundário da quimioterapia”.

Segundo a Dra. Mônica Sousa, líder do grupo de pesquisa, o próximo passo “é testar esta terapia em dois estadios pós-traumáticos. Numa fase inicial após a lesão e numa fase mais tardia, mais crônica, sabendo nós que, neste último caso, a regeneração dos neurônios é mais difícil”.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Porto.

Fonte: Luísa Melo, i3S. Imagem: Shutterstock.

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