Notícia

Sistema de som inteligente poderia aliviar a ansiedade de pacientes em UTI

Pesquisadores estão usando Inteligência Artificial para criar ambientes sonoros personalizados que podem ajudar os pacientes a relaxar e dormir melhor durante a terapia intensiva.

Shutterstock

Fonte

Universidade de Alberta

Data

quinta-feira, 25 novembro 2021 06:00

Áreas

Inteligência Artificial. Medicina Intensiva.

Um professor de música e sua equipe de pesquisa interdisciplinar têm como objetivo reduzir o estresse em pacientes de terapia intensiva criando ambientes sonoros relaxantes.

O sistema de som ‘inteligente’, baseado em aprendizado de máquina, tem a proposta de acessar o feedback fisiológico, como frequência cardíaca, respiração e resposta das glândulas sudoríparas para personalizar sons relaxantes para pacientes individualmente, disse o Dr. Michael Frishkopf, pesquisador principal e  professor da Faculdade de Artes da Universidade de Alberta, no Canadá.

“O ‘sistema bio-algorítmico inteligente’ seria projetado para induzir relaxamento, melhorar o sono e reduzir a agitação, ansiedade e delírio”, disse o Dr. Frishkopf.

Baixo custo e sem efeitos colaterais

Altos níveis de estresse e ansiedade associados ao delírio e privação de sono são comuns em pacientes gravemente enfermos, muitas vezes comprometendo a recuperação e a sobrevivência, disse o pesquisador. O uso de medicamentos para tratar essas condições pode ser caro, geralmente com eficácia limitada e efeitos colaterais potencialmente graves.

“As terapias sonoras, por outro lado, são de baixo custo, não invasivas e sem efeitos colaterais conhecidos. A pesquisa mostrou que são altamente eficazes se personalizadas para o paciente”, disse o pesquisador.

O projeto se baseará amplamente na experiência de colaboradores em música, ciências da computação e ciências da saúde das Faculdades de Artes, Ciências, Enfermagem e Medicina e Odontologia da Universidade de Alberta.

“Como os ‘ambientes sonoros autônomos adaptativos” serão regulados com inteligência artificial, haverá pouca necessidade de intervenção humana. As pessoas podem não ser capazes de manipular o sistema por si mesmas – podem nem mesmo estar conscientes”, destacou o Dr. Frishkopf.

Uma lista de reprodução personalizada de sons suaves

O sistema inteligente se basearia em uma biblioteca de áudio de ambientes sonoros pré-selecionados para reduzir o estresse – consistindo em sons musicais, naturais e sintéticos – ajustados e mixados em tempo real para atender às necessidades específicas do paciente. “Se não estiver funcionando, então (o sistema poderia) tentar outra coisa – ou talvez aumentar o volume, alterar os agudos, os graves – existem muitos parâmetros”, disse o professor.

A receita sônica também pode ser combinada com o perfil demográfico de um indivíduo, incluindo sexo, idade e onde mora ou já morou. “Talvez os sons que você ouviu quando criança, ou sua experiência musical, possam ter algum gatilho especial para você”, disse o Dr. Frishkopf.

Sob a supervisão do professor Frishkopf e da Dra. Elisavet Papathanasoglou, professora de Enfermagem em Alberta, a estudante de doutorado Shaista Meghani está conduzindo pesquisas sobre o uso de terapia do som para tratar pacientes que saem da terapia intensiva com transtorno de estresse pós-traumático.

“Os tratamentos e cuidados experimentados na UTI ou após a UTI são sempre traumáticos e estressantes e podem ter impactos psicológicos e fisiológicos de longo prazo que afetam a recuperação funcional e a qualidade de vida dos pacientes”, disse Shaista Meghani. Ela espera que a terapia que a equipe do Dr. Frishkopf está desenvolvendo ajude esses pacientes a ter uma melhor qualidade de vida.

Até agora, os membros da equipe de Frishkopf têm testado os ambientes sonoros autônomos adaptativos principalmente em si mesmos, mas esperam obter em breve a autorização do Comitê de Ética para trabalhar com uma configuração de estudo mais próxima da realidade. “Em última análise, precisamos testar [a proposta] na UTI. Mas, com a pandemia, este não é um lugar fácil de trabalhar hoje em dia”,  concluiu o Dr. Michael Frishkopf.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Alberta (em inglês).

Fonte: Geoff McMaster, Universidade de Alberta. Imagem: Shutterstock.

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