Notícia

Pesquisa oferece nova esperança para pacientes com epilepsia

Novo modelo de diagnóstico pode determinar se os pacientes responderão ao tratamento com 80% de precisão

Dr. Brad Kamitaki, Universidade Rutgers

Fonte

Universidade Rutgers

Data

segunda-feira, 1 novembro 2021 06:35

Áreas

Bioinformática. Medicina. Neurociências.

Combinar dados de eletroencefalograma (EEG) com observações clínicas pode ajudar os médicos a determinar melhor se os pacientes com epilepsia generalizada responderão ao tratamento, de acordo com novo estudo liderado por pesquisadores da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos.

O estudo, publicado na revista científica Epilepsia, usa um novo modelo estatístico que tem 80% de precisão na distinção entre epilepsia generalizada resistente a drogas e responsiva a drogas.

“Tradicionalmente, tínhamos poucas ferramentas disponíveis para nos ajudar a prever se um paciente se sairá bem e permanecerá livre de convulsões ou se continuará a ter convulsões apesar do tratamento com medicamentos. Isso é difícil para os pacientes ouvirem, especialmente quando estão aprendendo sobre seu diagnóstico pela primeira vez”, disse o Dr. Brad Kamitaki, neurologista da Escola de Medicina da Universidade Rutgers, que trata de pacientes com epilepsia em Nova Jersey. “As convulsões são eventos angustiantes e com risco de vida que muitas vezes requerem hospitalização de emergência. Os resultados de nosso estudo indicam que os médicos devem considerar a obtenção de estudos EEG prolongados, pois descobrimos que a combinação de fatores clínicos e de EEG forneceu melhores respostas do que usar apenas observações clínicas. Pacientes com epilepsia precisam saber mais sobre seu prognóstico, e qualquer informação adicional que possamos dar a eles sobre sua doença é valiosa”, destacou o especialista.

O estudo também confirmou as descobertas anteriores dos pesquisadores de que a epilepsia catamenial – quando a frequência das crises aumenta durante o ciclo menstrual de uma mulher – estava fortemente associada à resistência ao tratamento na epilepsia generalizada. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão expandindo o número de locais de teste para incluir conjuntos de dados de pacientes e EEGs de cinco hospitais em todo o mundo.

O estudo anterior dos pesquisadores, publicado em 2020, descobriu que mulheres com epilepsia catamenial tinham cerca de quatro vezes mais probabilidade de ter epilepsia generalizada resistente ao tratamento do que aquelas sem epilepsia catamenial. Nesse novo estudo, os pesquisadores decidiram determinar se essa nova associação se manteria em um conjunto de dados independente, a fim de prever melhor quais pessoas seriam resistentes ou responsivas ao tratamento.

“O resultado reproduzível destaca a confiabilidade de nossa conclusão e fornece orientação confiável para desenvolver o tratamento com base em nossas descobertas”, disse o Dr. Haiqun Lin, professor e bioestatístico da Escola de Enfermagem da Universidade Rutgers. “Pacientes com risco aumentado de epilepsia generalizada resistente a medicamentos podem precisar de tratamento mais agressivo. Daqui para frente, mais pesquisas são necessárias para determinar quais regimes funcionarão melhor para aqueles na categoria de risco mais alto”.

“O novo modelo usado neste estudo pode ajudar a desenvolver melhores regimes de tratamento para mulheres com epilepsia catamenial”, disse o Dr. Gary A. Heiman, professor associado do Departamento de Genética da Escola de Artes e Ciências da Universidade Rutgers em New Brunswick.

Cerca de 3,4 milhões de pessoas, incluindo 470.000 crianças, têm epilepsia nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Os medicamentos anticonvulsivantes limitam a propagação das convulsões no cérebro e atuam em cerca de dois terços das pessoas com epilepsia. Embora outras opções incluam a cirurgia de epilepsia, aqueles com epilepsia generalizada não são candidatos a esse tratamento.

O D. Heiman disse que o objetivo geral da pesquisa é apoiar melhor os pacientes que lidam com a epilepsia generalizada resistente ao tratamento. “Usando um modelo estatístico que incluiu variáveis ​​clínicas, comoa manifestação catamenial e o tipo de convulsão, junto com os achados do EEG, fomos capazes de prever melhor quais pacientes teriam epilepsia generalizada resistente ao tratamento. Nosso modelo de predição pode fornecer aos médicos  informações adicionais sobre o prognóstico de seus pacientes”, concluiu o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Rutgers (em inglês).

Fonte: Emily Everson Layden, Universidade Rutgers. Imagem: EEG de paciente com epilepsia generalizada. Fonte: Dr. Brad Kamitaki, Universidade Rutgers.

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