Notícia

Máquina de diálise hepática desenvolvida no Reino Unido provou ser segura e eficaz no tratamento da insuficiência hepática

Primeiro teste de diálise hepática com o dispositivo em pacientes internados foi concluído com sucesso

Yaqrit via UCL

Fonte

UCL | University College London

Data

segunda-feira, 5 junho 2023 06:25

Áreas

Bioengenharia. Biologia. Biotecnologia. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Hepatologia. Medicina. Saúde Pública. Sistemas de Controle.

O dispositivo DIALIVE, inventado por pesquisadores do Instituto do Fígado e Saúde Digestiva da University College London (UCL), no Reino Unido, foi considerado seguro e foi associado a uma melhora substancial nos sintomas e na função do órgão em uma proporção maior de pacientes com insuficiência hepática aguda-crônica (ACLF), quando comparado com o paciente recebendo tratamento padrão, de acordo com os resultados publicados na revista científica The Journal of Hepatology.

A próxima etapa será um ensaio clínico maior, que, se for bem-sucedido, poderá viabilizar o DIALIVE aprovado para uso clínico nos próximos três anos.

Em todo o mundo, estima-se que existam cerca de 100 milhões de pessoas vivendo com cirrose hepática e 10 milhões com cirrose mais uma complicação adicional. Cerca de três milhões desses indivíduos têm ACLF, uma condição que pode causar o declínio repentino da função hepática, colocando os indivíduos em alto risco de morte em curto prazo.

O fígado é um órgão complexo que executa mais de 500 funções, incluindo a remoção de substâncias nocivas do sangue e a absorção de nutrientes. Uma de suas funções é produzir grandes quantidades de uma proteína chamada albumina, que percorre o corpo atuando como uma espécie de ‘fígado móvel’ que absorve substâncias indesejadas. Mas quando a função hepática é seriamente reduzida, como por abuso de álcool, obesidade ou infecção viral, menos albumina é produzida. Na ACLF, sua função também é gravemente prejudicada; as células do fígado morrem e o intestino começa a vazar bactérias para a corrente sanguínea, o que pode causar uma resposta imune inadequada e falência de múltiplos órgãos. O DIALIVE foi projetado para abordar esses mecanismos que levam à mortalidade de pacientes ACLF.

Este estudo é o primeiro ensaio clínico randomizado e controlado em humanos de um dispositivo de diálise hepática e tem o objetivo de avaliar a segurança do DIALIVE no tratamento de pacientes com ACLF e observar seus efeitos clínicos. Um total de 32 pacientes foram tratados com DIALIVE ou tratamento padrão por até cinco dias e os resultados foram registrados nos dias 10 e 28.

Os resultados mostraram que o tratamento com o DIALIVE foi associado a uma reversão significativamente mais rápida do ACLF em comparação com o tratamento padrão, com resolução da ACLF em cerca do dobro do número de pacientes. Esta melhoria clínica foi associada a um impacto significativo nos mecanismos subjacentes ao desenvolvimento da ACLF.

O tratamento com o DIALIVE levou a uma redução significativa nas endotoxinas, que são liberadas quando as bactérias morrem, e melhorou a função da albumina. Os biomarcadores de inflamação sistêmica, como citocinas, função endotelial e marcadores de morte celular, melhoraram. Apesar de receber apenas três dias de tratamento, os pacientes cuja ACLF foi resolvida permaneceram em remissão por 28 dias depois.

O Dr. Banwari Agarwal, pesquisador chefe do estudo DIALIVE no Royal Free Hospital e professor da Divisão de Medicina da UCL, destacou: “É um enorme prazer ver a promessa deste novo dispositivo de diálise hepática para o tratamento da insuficiência hepática aguda-crônica. A intervenção tem o potencial de transformar o cuidado prestado ao número cada vez maior de pacientes e suas famílias que sofrem com os efeitos de viver com o que é essencialmente uma doença terminal para muitos. Tem o potencial de transformar as opções terapêuticas disponíveis para médicos em todo o mundo para pacientes com ACLF.”

O próximo passo será realizar um estudo maior com mais pacientes para confirmar a segurança e eficácia do DIALIVE. Uma das métricas adicionais a serem avaliadas será o impacto na mortalidade do paciente do DIALIVE versus outros cuidados disponíveis.

O professor Dr. Rajiv Jalan, pesquisador do Instituto de Fígado e Saúde Digestiva da UCL, inventor do DIALIVE e co-fundador da empresa Yaqrit, disse: “Como acadêmicos, pode ser difícil definir uma doença e depois traduzir esse conhecimento em um solução clínica que faça uma diferença real na vida das pessoas. Portanto, os resultados do estudo DIALIVE são um momento emocionante, que não teria sido possível sem a colaboração científica entre o Reino Unido, colegas europeus e o financiamento da Comissão Europeia. Minha esperança é que, dentro de alguns anos, comecemos a atender à necessidade urgente não atendida de tratar a insuficiência hepática aguda-crônica e melhorar os resultados para os pacientes”.

“Estamos em um estágio empolgante do desenvolvimento do DIALIVE e os resultados deste estudo são extremamente encorajadores. Nosso foco inabalável permanece em colocar o indivíduo no centro de nossos esforços, trabalhando incansavelmente para um futuro melhor para todos aqueles afetados pela doença hepática crônica”, concluiu a Dra. Carrie Morgan, vice-presidente sênior de operações clínicas da Yaqrit.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da University College London (em inglês).

Fonte: Kate Corry, UCL. Imagem: Dispositivo DIALIVE. Fonte: Yaqrit via UCL.

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