Destaque
Novo estudo tem potencial para transformar o tratamento do câncer em gestantes
Um número crescente de mulheres está sendo diagnosticado com câncer durante a gravidez. Apesar disso, não existem dados suficientes sobre diagnóstico, tratamento e resultados devido à falta de dados clínicos de rotina.
Liderado pela Universidade de Dundee, em colaboração com a Universidade de Surrey e a instituição de caridade Mummy’s Star, no Reino Unido, o estudo CAnceR IN PreGnancy (CARING) é o primeiro relatório de diagnóstico, gestão e resultados para uma série de tipos de câncer diagnosticados durante a gravidez no Reino Unido.
O estudo coletou informações sobre casos de câncer diagnosticados durante a gravidez em mulheres com 16 anos ou mais no Reino Unido entre 2016 e 2020. As informações incluíam a idade das mães, o tipo de câncer, quais sintomas apresentavam no momento do diagnóstico, quais tratamentos receberam e os resultados para a mãe e o bebê.
O estudo foi publicado na revista científica British Journal of Cancer.
O Dr. Mark Baxter, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Dundee, disse que a equipe espera que o trabalho abra discussões sobre como melhorar a coleta de dados em nível nacional e ajude a projetar e informar futuras pesquisas e práticas clínicas: “Câncer de qualquer tipo pode ser diagnosticado durante a gravidez. A cada ano, mais gestantes são diagnosticadas com câncer. Isto pode dever-se ao fato de mais mulheres estarem deixando a gravidez para mais tarde na vida e sabemos que o risco de muitos cânceres aumenta com a idade”
“A gravidez pode complicar o diagnóstico e o tratamento do câncer devido à necessidade de considerar a segurança do feto. A gravidez também apresenta desafios consideráveis em torno da tomada de decisões exigidas aos pais e aos médicos relativamente às opções de tratamento e cuidados. Há uma necessidade de recolher prospectivamente dados robustos para informar a escolha do paciente e as decisões de tratamento, mas, notavelmente, esta informação vital não é atualmente recolhida rotineiramente”, disse o Dr. Mark Baxter.
“Nossas descobertas mostram que a coleta desses dados é possível e que são necessárias mais pesquisas. O desenvolvimento de um quadro de dados nacional permitiria a comparação dos dados do Reino Unido com outros países e facilitaria o trabalho colaborativo para rever o tratamento, os resultados e as experiências dos pacientes e das suas famílias”, continuou o pesquisador.
A Dra. Jenny Harris, pesquisadora da Escola de Ciências da Saúde da Universidade de Surrey, acrescentou: “Um diagnóstico de câncer é sempre um desafio, mas durante a gravidez pode ser devastador para as mães e para a sua família em geral. O diagnóstico e os cuidados podem ser ainda mais complicados porque a maioria dos médicos, enfermeiros e parteiras terão pouca experiência de câncer durante a gravidez e os dados no Reino Unido são limitados para basear a sua tomada de decisão, aumentando os sentimentos de incerteza. Precisamos de pesquisas futuras que nos ajudem a compreender como as equipes multidisciplinares podem melhor tratar e cuidar dessas mães, inclusive apoiando o seu bem-estar psicológico”.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Dundee (em inglês).
Fonte: Jessica Rorke, Universidade de Dundee.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar