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Nos Estados Unidos, paciente imunodeficiente é curada da COVID-19 com infusão única de plasma convalescente

Fonte

Universidade do Alabama em Birmingham

Data

quarta-feira. 27 janeiro 2021 19:30

Uma mulher de 72 anos foi hospitalizada com COVID-19 grave 33 dias após o início dos sintomas. Ela estava sofrendo de uma doença de deterioração prolongada, com pneumonia grave e alto risco de morte, e não conseguia estabelecer sua própria defesa imunológica contra o vírus SARS-CoV-2 por causa da leucemia linfoide crônica, que compromete a produção normal de imunoglobulina.

Mas quando os médicos da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos Estados Unidos, recomendaram uma única infusão intravenosa de plasma sanguíneo convalescente de seu genro – que havia se recuperado da COVID-19 – ocorreu uma mudança notável e benéfica. O seu médico, o Dr. Randall Davis, professor do Departamento de Medicina da UAB e cientista sênior do O’Neal Comprehensive Cancer Center, disse que ela mostrou melhora imediata e profunda em 48 horas: sua febre caiu rapidamente e, em três dias, o vírus não era mais detectável em exames laboratoriais. Quatro dias após a infusão, a paciente teve alta do hospital.

No entanto, este único caso parece ser um caso excepcional, conforme demonstrado por meio de pesquisas colaborativas na UAB, na Universidade da Pensilvânia e em várias outras instituições. No estudo, relatado na revista científica Cell Reports Medicine, os pesquisadores mostram que a recuperação da paciente foi devida a um título de neutralização de vírus extremamente alto no plasma doado pelo genro que ela recebeu. Os cientistas descobriram que esse título era maior do que os títulos medidos em 64 outros plasmas convalescentes remanescentes coletados por dois bancos de sangue.

Apenas 37% dos plasmas convalescentes do primeiro banco de sangue tinham títulos de anticorpos neutralizantes acima de 250, o valor de corte mais baixo permitido pela autorização de uso de emergência da agência regulatória FDA (Food and Drug Administration) para plasma convalescente, que permite que um produto médico não aprovado seja usado em um emergência para tratar doenças com risco de vida. Nos plasmas do segundo banco de sangue, apenas 47% excedeu o limite de título de anticorpos neutralizantes de 250. Assim, muitos desses plasmas eram inadequados para transfusão.

Enquanto oito plasmas convalescentes do segundo banco de sangue excederam um título de anticorpos neutralizantes de 1.000, eles estavam muito abaixo do título de anticorpos neutralizantes extremamente alto, ou 5.720, do plasma do genro que foi recebido pela paciente.

Os pesquisadores também analisaram os títulos plasmáticos em 17 outros pacientes além da paciente de 72 anos, antes e depois de receberem plasma convalescente para o tratamento da COVID-19. Antes da infusão de plasma, 53% desses pacientes já tinham valores de anticorpos neutralizantes maiores do que 250, e sete dos pacientes tinham títulos maiores que 3.000.

“Os indivíduos em convalescença com anticorpos neutralizantes de títulos realmente altos são raros, o que ressalta a necessidade de um esforço conjunto para identificá-los, mas também coloca a questão de se há um grande número de doadores de plasma convalescente adequados. Os títulos geralmente baixos de anticorpos neutralizantes na maioria dos doadores, bem como os anticorpos neutralizantes de linha de base de alto título em muitos receptores, destacam a importância de primeiro testar os plasmas convalescentes e também os receptores. Isso deve otimizar o benefício clínico e reduzir o esforço despendido quando a terapia de plasma convalescente não é apropriada”, destacaram os pesquisadores.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade do Alabama em Birmingham (em inglês).

Fonte: Jeff Hansen, Universidade do Alabama em Birmingham.

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