Destaque

Itália avança na direção da Medicina ‘In Silico’

Fonte

Universidade de Bolonha

Data

terça-feira. 28 setembro 2021 12:00

O uso de tecnologias de simulação de processos biológicos e médicos pode trazer vantagens importantes tanto em termos de qualidade da assistência quanto do ponto de vista econômico: o caminho para sua adoção está traçado em um novo documento que tem o Dr. Marco Viceconti, entre os autores, coordenador do Grupo de Medicina ‘In Silico’ da Universidade de Bolonha, na Itália, e do projeto europeu de pesquisa In Silico World.

A publicação ‘Caminhos para a adoção da Medicina in Silico na Itália’ é um novo documento publicado pelo Ministério da Saúde italiano que apresenta os pontos fortes das tecnologias in silico para permitir uma adoção mais rápida no Sistema Único de Saúde do país.

“A recente pandemia mostrou como os métodos ‘in silico’ podem acelerar o desenvolvimento de novos medicamentos e personalizar os processos terapêuticos. É importante, portanto, acelerar a adoção dessas tecnologias, trabalhando para diminuir todas as barreiras que retardem sua difusão. Projetos como o In Silico World têm exatamente essa missão”, destacou o Dr. Marco Viceconti.

Assim como o estudo em organismos vivos é denominado ‘in vivo’ e o estudo em cultura de células é denominado ‘in vitro’, por analogia o termo ‘in silico’ descreve a modelagem, simulação e visualização de processos biológicos e médicos em computadores, referindo-se ao silício utilizado em microprocessadores.

A medicina ‘in silico’ usa essas tecnologias para criar modelos de computador a fim de prever uma enorme quantidade de dados que são difíceis de medir em um paciente individual. Isso pode levar a uma dupla vantagem: por um lado, pode permitir ao médico tomar a melhor decisão possível no tratamento de um único paciente (com tecnologias denominadas Digital Twin), e por outro lado pode garantir a segurança e eficácia do novos produtos médicos, reduzindo o uso de experimentação animal e humana (com experimentos chamados In Silico Trials).

O novo documento publicado pelo Conselho Superior de Saúde da Itália reconhece nessas tecnologias a possibilidade de inovação disruptiva, com vantagens não só em termos de qualidade de atendimento, mas também econômicas: as tecnologias Digital Twin por si só poderiam permitir uma economia de mais de 30% no custo do desenvolvimento de soluções de medicina avançada, enquanto as tecnologias de experimentação In Silico Trials poderiam reduzir o custo de desenvolvimento e avaliação regulatória em uma média de €150 milhões para um novo medicamento.

Para isso – explicam os estudiosos – é necessário criar as condições para uma rápida adoção de tecnologias in silico, por exemplo, desenvolvendo infraestruturas adequadas à computação de alto desempenho, desenvolvendo colaborações público-privadas, favorecendo o possível uso secundário – para fins de pesquisa e inovação – de dados clínicos em formato digital, em conformidade com as leis de privacidade e propriedade de dados de saúde.

Sobre estas questões, a Universidade de Bolonha coordena o projeto In Silico World, financiado pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia, que envolve 14 instituições parceiras. “O objetivo do projeto é acelerar a adoção de tecnologias de modelagem e simulação ‘in silico’ para o desenvolvimento e qualificação regulatória de medicamentos e dispositivos médicos”, explicou o Dr. Marco Viceconti. “Desta forma, será possível alcançar um impacto de longo prazo na redução do custo e da duração dos processos de desenvolvimento e certificação de novos produtos médicos, enquanto se mantém ou até se melhora o nível de segurança para os pacientes fornecido pelas abordagens convencionais”, concluiu o pesquisador.

Acesse o documento ‘Caminhos para a adoção da Medicina in Silico na Itália’ (em italiano).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Bolonha (em italiano).

Fonte: Universidade de Bolonha.

Leia também