Notícia

Treinamento HIIT em excesso pode ser prejudicial, mesmo para pessoas fisicamente ativas

Prática virou febre em muitas academias do país, já que promete “queimar” mais calorias em curto período de tempo

Divulgação, Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp

Fonte

Jornal da Unicamp

Data

terça-feira, 14 dezembro 2021 06:10

Áreas

Educação Física. Metabolismo.

O treinamento intervalado de alta intensidade (em inglês, HIIT – High Intensity Interval Training) virou febre em muitas academias do país, já que promete ‘queimar’ mais calorias em curto período de tempo, superando os benefícios do treinamento moderado de longa duração. É inegável que o exercício físico pode promover saúde e melhorar a qualidade de vida, mas, para tanto, precisa ser bem praticado – caso contrário, os prejuízos podem ser maiores que os benefícios. Um estudo com animais mostrou que mesmo para indivíduos ativos pode haver danos nos ossos. A pesquisa foi feita no Laboratório de Fisiologia Aplicada ao Esporte (LAFAE), da Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas (FCA-Unicamp), coordenado pelos professores Dr. Claudio Gobatto e Dra. Fúlvia Gobatto, e foi tema da dissertação do pesquisador Emanuel Elias Camolese Polisel.

O LAFAE pesquisa adaptações fisiológicas, metabólicas e moleculares em diferentes métodos de treinamento individualizado, tanto em animais quanto em humanos. Neste estudo, dois grupos de camundongos – um mais e outro menos ativo – foram submetidos ao mesmo treinamento individualizado de alta intensidade. “Identificamos que um stress elevado foi gerado para o tecido ósseo e, ao menos para esse tecido, resultados negativos foram visualizados para o grupo de camundongos mais ativo”, revelou a professora Fúlvia. Segundo a pesquisadora, pessoas sedentárias têm sido submetidas ao HIIT. “Acreditamos que esses casos exigem mais cuidado. É preciso cautela com os esforços de alta intensidade, mesmo se o indivíduo for fisicamente ativo”, destacou a pesquisadora.

Para comparar os níveis de exercício nos dois grupos de animais, a equipe do Laboratório desenvolveu gaiolas maiores do que as usuais. “Observamos que os animais que vivem nas caixas comumente utilizadas em laboratórios são mais quietos, movimentam-se pouco, ou seja, apresentam comportamento mais sedentário. Já os que vivem em caixas maiores exploram o ambiente, mostram-se mais ativos e conseguem potencializar os benefícios de exercícios físicos em relação aos sedentários, quando submetidos ao mesmo esforço. Há evidências de que a condição inicial do indivíduo afeta os resultados obtidos pelo treinamento físico”, explicou a Dra. Fúlvia.

As gaiolas foram dispostas em uma plataforma com sensores. Com isso, foi possível registrar todos os movimentos dos animais, dia e noite. “Fizemos o monitoramento da atividade física diária, realizamos medidas metabólicas e análises moleculares com os animais. Observamos que os animais mais ativos apresentaram melhora em muitos parâmetros relacionados à qualidade de vida, como elevação dos níveis de cálcio nos ossos”, detalhou a professora Fúlvia. No entanto, de acordo com ela, o tecido ósseo do grupo de camundongos mais ativo foi prejudicado quando submetido a uma atividade de tipo HIIT realizada muitas vezes por semana e a longo prazo.

Publicado na revista Scientific Reportso estudo foi realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição e do Esporte e Metabolismo, em parceria com o Laboratório de Fisiologia Endócrina e Exercício Físico, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), coordenado pelo professor Dr. Wladimir Beck. A pesquisa contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Jornal da Unicamp.

Fonte: Jornal da Unicamp e Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. Imagem: Divulgação, Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp.

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