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Sono e Apneia do Sono: o que você precisa saber, mitos e verdades

Dormir bem é essencial para o bom funcionamento do corpo e para a qualidade de vida

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Fonte

SBPT, ABSono e SBEM

Data

segunda-feira, 7 setembro 2015 13:10

Áreas

Estudos do Sono.

Segundo especialistas da Comissão de Sono da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), “dormir bem é essencial para o bom funcionamento do corpo. O sono é responsável pelo descanso da mente, da musculatura, da respiração e do coração. É durante o sono que são liberados hormônios que interferem no metabolismo do corpo, tais como o hormônio do crescimento e o hormônio da saciedade. Um sono de má qualidade tem várias implicações para a saúde: aumenta sonolência diurna; reduz memória, atenção e raciocínio, aumenta risco de acidentes automobilísticos; reduz crescimento das cartilagens dos ossos e produção de massa muscular; aumenta chance de ganho de peso e depressão reduzindo portanto a qualidade de vida. São duas as principais doenças responsáveis por um sono de má qualidade: insônia e apneia obstrutiva do sono (apneia do sono)”. (Leia mais sobre sono e apneia do sono no site da SBPT).

No site da Associação Brasileira do Sono (ABSono), são colocados alguns mitos e verdades sobre o sono, que ajudam a esclarecer dúvidas sobre o sono:

A privação do sono não interfere na saúde do indivíduo: Mito.

A privação do sono, mesmo que de apenas 45 a 60 minutos por período de uma semana, pode causar diversas alterações psíquicas e neurocognitivas significativas que nem sempre são percebidas. Vale ficar atento!

A dor interfere no sono: Verdade.

Pacientes com dor crônica podem apresentar redução da eficiência do sono, dificuldade para dormir e para despertar. Estudos clínicos e experimentais tanto em humanos como em animais confirmam a associação entre o sono não reparador e manifestações dolorosas. Além disso, existem evidências de que o sono profundo pode representar um mecanismo compensatório para os processos dolorosos crônicos, de modo que pacientes com maior quantidade de sono profundo provavelmente experimentem os sintomas dolorosos com menor intensidade.

O estresse pode influenciar o sono : Verdade.

A correria da vida moderna e o estresse têm feito com que as pessoas durmam cada vez menos. Essa redução do tempo de sono oferece males ao organismo, incluindo prejuízos cognitivos, aumento de irritabilidade e da liberação de cortisol e ACTH (hormônios relacionados ao estresse). Por isso, buscar uma alternativa para aliviar a tensão e o estresse do dia a dia é importante e válido para quem busca um sono mais reparador.

O sono pode ser recuperado no final de semana: Mito.

Se a pessoa não dormiu durante a noite, o ideal é recuperar o sono em no máximo 24 horas e, mesmo assim, não será 100% reparador. O sono não é acumulativo, portanto dormir muito nos finais de semana não minimiza os prejuízos causados pelas noites mal dormidas durante os dias de semana.

Cochilar de dia prejudica o sono da noite: Depende.

Cochilos de menos de trinta minutos depois do almoço são suficientes para descansar sem atrapalhar o sono noturno. Para pessoas insones, os cochilos podem piorar o sono da noite.

O consumo moderado de bebida alcoólica relaxa e melhora o sono: Mito.   

O álcool desorganiza a arquitetura interna do sono, tornando-o não reparador. Além desse efeito, ele também piora os episódios de ronco e apneia. O uso de álcool como sedativo deve ser evitado e, se consumido, fazê-lo pelo menos seis horas antes do horário de dormir. O abuso de álcool pode levar a diferentes alterações agudas e crônicas do sono e pode desencadear ou piorar roncos, além de acentuar significativamente o número e a duração das pausas respiratórias.

Veja mais Mitos e Verdades no site da ABSono.

Para contribuir com uma noite de sono mais saudável, especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) publicam no site da Sociedade 10 coisas que você precisa saber sobre Apneia do Sono:

  1. A apneia do sono, o Síndrome da Apenia Obstrutiva do Sono (SAOS), é uma doença crônica, evolutiva caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias, causando paradas repetidas e temporárias da respiração enquanto a pessoa dorme. A respiração cessa porque as vias aéreas colapsam, impedindo que o ar chegue até os pulmões.
  2. Entende-se por apneia a interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca por um período de pelo menos 10 segundos nos adultos. Já a hipopneia é a redução de 30% a 50% do fluxo de ar.
  3. A apneia pode ocorrer por vários fatores: os músculos da garganta e língua relaxam mais do que o normal, as amídalas e adenóides são grandes, a pessoa está acima do peso (o excesso de tecido mole na garganta dificulta mantê-la aberta), ou o formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.
  4. Entre os principais sintomas da apneia estão ronco e sonolência diurna, embora muitos pacientes não os percebam. A sonolência diurna é explicada pelas interrupções do sono causadas pela falta de oxigênio.
  5. Outros sintomas da apneia são: acordar com sensação de sufocamento, ofegante, com dor no peito ou desconforto, confuso ou com dor de cabeça; sentir boca seca ou dor de garganta pela manhã; alterações na personalidade; dificuldade de concentração; impotência sexual; e irritabilidade.
  6. A apneia do sono aumenta a probabilidade do paciente desenvolver doenças potencialmente letais. Está associada ao aumento do risco de hipertensão, insuficiência e arritmia cardíacas, derrame e diabetes.
  7. 7.        A apneia obstrutiva do sono (SAOS) acomete aproximadamente 30% da população adulta mundial. A maior parte dos pacientes, entre 85% e 90%, convive com a doença sem receber o diagnóstico e continua sem tratamento.
  8. Nem todo mundo que ronca tem apneia do sono, sendo que ele é apenas um dos sintomas da doença. O diagnóstico médico é feito por meio de um exame chamado de polissonografia, que é o monitoramento do sono por equipamentos eletrônicos. O exame clínico é indicado para que seja avaliada a condição do trato respiratório do paciente e deve ser feito por um médico com especialização na área.
  9. Mudanças nos hábitos de vida podem contribuir muito com a melhora da apneia do sono. Perder peso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, dormir de lado, evitar consumo de comidas pesadas antes de dormir, evitar o fumo 4 horas antes de deitar e elevar a cabeceira da cama entre 15cm e 20cm são algumas medidas simples que podem evitar problemas futuros.
  10. A apneia é um problema médico grave, com probabilidade de alterar a vida da pessoa e que pode contribuir para certos transtornos que podem colocar a vida em perigo, mas, que por sua vez, pode ser identificada facilmente e tratada efetivamente. Com o tratamento, a respiração adquire um ritmo regular, os roncos cessam, um sono tranquilo é estabelecido e a qualidade de vida melhora.

Fonte: SBPT, ABSono e SBEM

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