Notícia

Projeto visa aumentar consentimento para doação de órgãos e capacita profissionais do SUS para acolhimento das famílias

Iniciativa do Ministério da Saúde e Hospital Moinhos de Vento desenvolvida em UTIs públicas e filantrópicas disponibiliza curso gratuito e contribui com aumento das doações e transplantes

Tim Marshall via Unsplash

Fonte

Hospital Moinhos de Vento

Data

domingo, 27 setembro 2020 11:40

Áreas

Gestão da Saúde. Medicina.

Além dos conhecidos efeitos na economia e na vida das pessoas, a pandemia afetou também as taxas de doação de órgãos e transplante no país, servindo como um importante alerta no Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado no dia 27 de setembro. Conforme o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), no segundo trimestre deste ano houve queda na taxa de doadores efetivos em relação ao primeiro trimestre — eram 18,4 doadores para cada milhão de habitantes e ficou em 13,3 (26,1%). No semestre, esse número ficou em 15,8, 6,5% menor que no mesmo período de 2019.

Houve redução nos transplantes de fígado (6,9%), rim (18,4%), coração (27,1%), pulmão (27,1%), pâncreas (29,1%) e, de forma mais acentuada, no transplante de córneas (44,3%), pela suspensão das atividades de grande parte dos serviços.

A ABTO indica que dois aspectos ainda podem influenciar as atividades de doação e transplante até o próximo ano. Um deles é que o pico de transmissão e de mortalidade da COVID-19 não foi uniforme no Brasil — nos meses de maio e junho, ocorreu nas regiões Norte e Nordeste e parte da região Sudeste (RJ e SP) e, a partir de julho, nas regiões Sul e Centro-Oeste e em Minas Gerais. O outro é que não houve queda rápida nas taxas de transmissão e de morte em alguns estados, a exemplo do que se viu em diversos países. Nesse sentido, torna-se ainda mais necessário o olhar atento e o direcionamento de ações para manter estável o cenário da doação e transplantes de órgão no Brasil.

Para contribuir com o aumento da doação de órgãos, por meio de estratégias voltadas à qualificação dos profissionais da saúde, o Hospital Moinhos de Vento lidera desde 2016 o Projeto DONORS – Estratégias para otimizar a assistência aos potenciais doadores. O objetivo do projeto é contribuir com a redução das perdas de potenciais doadores em morte encefálica por parada cardíaca ou recusa familiar para doação de órgãos. A iniciativa é fruto de parceria com o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROADI-SUS).

“No Brasil, mais de 30 mil pessoas aguardam na fila por um transplante, em estágios terminais de diversas doenças e em condições extremamente limitantes. Diariamente, mais pessoas entram nessa fila – e muitas a deixam por óbito”, destaca a Dra. Caroline Robinson, líder do Projeto DONORS. Segundo indicadores do Sistema Nacional de Transplantes, a perda de oportunidades de doações se dá, principalmente, pela recusa familiar. Dentre outros fatores modificáveis, está a qualidade do manejo clínico do potencial doador falecido.

Estudo clínico em 63 hospitais

O projeto realiza um estudo clínico em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de 63 hospitais brasileiros, que avalia se a utilização de um checklist contendo as recomendações mais atuais para o manejo clínico pode prevenir perdas de potenciais doadores em morte encefálica por parada cardíaca. Os profissionais desses hospitais também são capacitados, por meio de cursos presenciais e um curso online desenvolvido pelo projeto, para o adequado acolhimento e esclarecimento da família, em cada etapa do processo de diagnóstico da morte encefálica e de doação de órgãos.

O curso “Entrevista familiar para doação de órgãos” está disponível de forma online e totalmente gratuita até o dia 31 de dezembro de 2020.  A capacitação aborda os principais aspectos da comunicação entre profissionais da saúde e familiares de potenciais doadores falecidos, durante as diferentes etapas do processo de doação.

Com duas horas de duração, a atividade é autoinstrucional e tem como público-alvo profissionais de saúde que atuam em Serviços de Terapia Intensiva, em Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), Organização de Procura de Órgãos (OPO) e interessados no tema.

Acesse o curso “Entrevista familiar para doação de órgãos” .

Acesse a notícia completa na página do Hospital Moinhos de Vento.

Fonte: Hospital Moinhos de Vento. Imagem: Tim Marshall via Unsplash.

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