Notícia

Pesquisadores descobrem como células resistem ao vírus da Aids

Células de Langerhans podem constituir a chave para a imunidade contra o vírus da Aids

Wikimedia Commons

Fonte

Universidade do Porto

Data

segunda-feira, 19 dezembro 2016 15:15

Áreas

Medicina. Bioquímica. Biologia Celular e Molecular. Imunologia.

A pesquisadora Dra.Carla Ribeiro, ex-aluna de Bioquímica da Universidade do Porto e atualmente no Centro Médico Acadêmico da Universidade de Amsterdam (Holanda), publicou um artigo na última edição da revista Nature no qual é descrito o mecanismo que torna determinadas células humanas naturalmente resistentes ao vírus HIV.

O trabalho da cientista portuguesa tem foco nas “células de Langerhans”, um conjunto de células presentes em diferentes tecidos humanos, tais como a vagina, o prepúcio ou o intestino. Para a Dra. Carla Ribeiro e colegas da Universidade de Amsterdam, estas células  podem constituir a chave para a imunidade contra o vírus da Aids, uma vez que são capazes de restringir e impedir – por ação da proteína TRIM5alfa – a transmissão do HIV durante a atividade sexual (homossexual ou heterossexual).

A capacidade de resistência das células de Langerhans ao HIV já tinha sido publicada na revista Nature Medicine em 2007, pelo mesmo grupo de investigação do departamento de Imunologia Experimental do Centro Médico Acadêmico, liderado pelo Dr. Theo Geijtenbeek. A Dra. Carla Ribeiro explica que “nestas células o HIV-1 é destruído por um processo chamado autofagia, que ocorre dentro das células e é capaz de digerir micróbios como uma trituradora. A autofagia é ativada nas células de Langerhans através da ação de um fator restritivo que é funcional apenas neste tipo de células. O mesmo fator restritivo não funciona noutras células, sendo estas, por consequência, infetadas com HIV”.

De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode abrir portas ao desenvolvimento, a longo prazo, de novos métodos preventivos contra o HIV, lançando também novas pistas sobre como destruir o vírus após a infeção.

O artigo publicado na revista Nature é o resultado do estudo que Carla Ribeiro desenvolveu durante quatro anos, no âmbito do seu pós-doutoramento na Universidade de Amsterdam, num projeto financiado pela Netherlands Organization for Scientific Research. Licenciada em Bioquímica (2004) pela Universidade do.Porto, a pesquisadora construiu  grande parte da sua carreira científica na Holanda. Doutorada pela Wageningen University & Research (2006), onde já tinha realizado um estágio científico de seis meses durante a graduação, com apoio do programa Erasmus, está desde maio de 2011 no Centro Médico Acadêmico da Universidade de Amsterdam.

Acesse o resumo do artigo científico da revista Nature.

Fonte: Tiago Reis, Universidade do Porto. Imagem: Wikimedia Commons.

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