Notícia

Novo robô viabiliza bioimpressão 3D dentro do corpo humano

Pesquisadores revelaram protótipo de dispositivo que poderia imprimir células vivas em 3D diretamente em órgãos internos

Dr. Thanh Nho Do, UNSW

Fonte

UNSW | Universidade de Nova Gales do Sul

Data

terça-feira, 7 março 2023 06:10

Áreas

Bioeletrônica. Bioengenharia. Biologia. Biomedicina. Biotecnologia. Ciência dos Materiais. Cirurgia. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Impressão 3D. Medicina. Nefrologia. Robótica. Sistemas de Controle. Urologia.

A bioimpressão 3D é um processo pelo qual peças biomédicas podem ser fabricadas a partir da chamada ‘biotinta’, para construir estruturas semelhantes aos tecidos naturais. Recentemente, engenheiros da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW) em Sydney, na Austrália, desenvolveram um braço robótico em miniatura macio e flexível que pode ser usado para imprimir biomaterial em 3D diretamente em órgãos dentro do corpo de um paciente.

A bioimpressão é predominantemente usada para fins de pesquisa, como engenharia de tecidos e no desenvolvimento de novos medicamentos – e normalmente requer o uso de grandes máquinas de impressão 3D para produzir estruturas celulares fora do corpo vivo.

A nova pesquisa do Laboratório de Robótica Médica da UNSW, liderada pelo Dr. Thanh Nho Do e seu aluno de doutorado, Mai Thanh Thai, em colaboração com outros pesquisadores da UNSW, incluindo o professor Dr. Hoang-Phuong Phan e a professora Dra. Jelena Rnjak-Kovacina, foi detalhado em artigo publicado na revista Advanced Science.

O trabalho resultou em uma pequena bioimpressora 3D flexível que tem a capacidade de ser inserida no corpo como um endoscópio e fornecer diretamente biomateriais multicamadas na superfície de órgãos e tecidos internos.

O dispositivo de prova de conceito, conhecido como F3DB, apresenta uma cabeça giratória altamente manobrável que ‘imprime’ a biotinta, presa à extremidade de um braço robótico longo e flexível, que pode ser controlado externamente.

Assista ao vídeo de apresentação do F3DB (em inglês):

Os pesquisadores disseram que, com mais desenvolvimento e potencialmente dentro de cinco a sete anos, a tecnologia poderá ser usada por profissionais médicos para acessar áreas de difícil acesso no interior do corpo por meio de pequenas incisões na pele ou orifícios naturais.

O professor Thanh Do e sua equipe testaram o dispositivo dentro de um cólon artificial, além de imprimir em 3D uma variedade de materiais com formas diferentes na superfície do rim de um porco.

“As técnicas de bioimpressão 3D existentes exigem que os biomateriais sejam produzidos fora do corpo e implantá-los em uma pessoa geralmente exigiria uma grande cirurgia de campo aberto, o que aumenta os riscos de infecção”, disse o Dr. Thanh Do, professor da Escola de Pós-graduação em Engenharia Biomédica da UNSW.

“Nossa bioimpressora 3D flexível viabiliza que os biomateriais possam ser entregues diretamente no tecido ou órgão alvo com uma abordagem minimamente invasiva. Este sistema oferece o potencial para a reconstrução precisa de feridas tridimensionais dentro do corpo, como lesões na parede gástrica ou danos e doenças dentro do cólon. Nosso protótipo é capaz de imprimir em 3D biomateriais multicamadas de diferentes tamanhos e formas em áreas confinadas e de difícil acesso, graças à sua estrutura flexível”, concluiu o Dr. Thanh Nho Do.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Nova Gales do Sul (em inglês).

Fonte: Neil Martin, UNSW. Imagem: a pequena bioimpressora 3D flexível desenvolvida na UNSW foi capaz de imprimir em 3D uma variedade de materiais com formas diferentes na superfície do rim de um porco. Fonte: Dr. Thanh Nho Do, UNSW. Vídeo: Divulgação, UNSW.

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