Notícia

Luz verde para o alívio da enxaqueca

Pesquisadores da Escola Médica de Harvard avaliam que a luz verde pode reduzir significativamente a fotofobia e também a dor

Divulgação, Harvard Medical School

Fonte

Harvard Medical School

Data

quinta-feira, 26 maio 2016 14:45

Áreas

Bioeletrônica. Biomecânica. Neurologia. Oftalmologia.

Pesquisadores da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, descobriram que a exposição de pacientes com enxaqueca a uma faixa estreita de luz verde reduz significativamente a fotofobia e pode reduzir a intensidade da dor de cabeça. Os resultados foram publicados no dia 17 de maio na revista científica Brain.

“Embora a fotofobia geralmente não seja tão incapacitante como a própria dor de cabeça, a intolerância à luz pode ser”, disse o Dr. Rami Burstein, professor e principal autor do estudo.

Mais de 80 por cento das crises de enxaqueca estão associadas e podem ser agravadas pela sensibilidade à luz, levando muitos pacientes com enxaqueca a procurarem o conforto de escuridão e isolarem-se do trabalho, da família e das atividades cotidianas”, disse o Dr. Burstein, que é vice-presidente de pesquisa no Departamento de Anestesia, Cuidados Intensivos e Medicina da Dor e diretor acadêmico do Comprehensive Headache Center no centro médico Beth Israel Deaconess.

Cinco anos atrás, o Dr. Rami Burstein e colegas fizeram a descoberta surpreendente que a luz azul causa dor em pacientes com enxaqueca que são cegos. Esta constatação levou à ideia de que a sensibilidade anormal à luz durante a enxaqueca poderia ser atenuada, bloqueando a luz azul.

Devido ao fato desse estudo anterior ter envolvido apenas pacientes cegos que não podiam detectar todas as cores da luz, Burstein e seus colegas desenvolveram uma forma de estudar os efeitos de diferentes cores de luz sobre a dor de cabeça em pacientes sem deficiência visual.

No estudo atual, Burstein e colegas descobriram que, de todo espectro de luz a que pacientes com enxaqueca estão expostos, uma estreita faixa de luz verde afeta a enxaqueca significativamente menos do que todas as outras cores de luz e que, com baixas intensidades de luz verde, pode-se até mesmo reduzir a dor de cabeça. De 69 participantes, 41 completaram o estudo.

Os pesquisadores pediram que os pacientes que experimentassem crises agudos de enxaqueca relatassem qualquer mudança na dor de cabeça quando expostos a diferentes intensidades de azul, verde, laranja e vermelha. Inesperadamente, os pesquisadores descobriram que a luz verde reduziu a dor em cerca de 20 por cento.

Para compreender exatamente por que a luz verde provoca menos dor em pacientes com enxaqueca, o Dr. Burstein e colegas desenvolveram experimentos em que mediram a magnitude dos sinais eléctricos gerados pela retina (no olho) e córtex (no cérebro) destes pacientes em resposta para cada cor da luz. Eles descobriram que as luzes vermelhas e azuis geravam sinais mais intensos tanto na retina como no córtex e que a luz verde gerava os sinais mais fracos.

Em seguida, aplicando técnicas recentemente desenvolvidas por Rodrigo Noseda, também professor de anestesia da Harvard Medical School, eles usaram modelos animais da enxaqueca para estudar neurônios no tálamo, uma área do cérebro que transmite informações sobre a luz do olho para o córtex. Os pesquisadores detectaram que estes neurônios são mais sensíveis à luz azul e menos sensíveis à luz verde, explicando por que o cérebro de pacientes com enxaqueca responde favoravelmente à luz verde.

Estes resultados oferecem esperança real para pacientes com enxaqueca e um caminho promissor para pesquisadores e clínicos“, disse o Dr. Rami Burstein.

O pesquisador está agora trabalhando no desenvolvimento de uma lâmpada que emita “luz verde pura” (na faixa de comprimento de onda adequada) e de baixa intensidade, bem como óculos de sol acessíveis que filtrem a cor verde. Atualmente, o custo de tal lâmpada é proibitivamente alto, e a tecnologia para filtrar a luz verde pura nos óculos de sol está disponível apenas em microscopia de luz, o que também é muito caro.

Fonte: Jennifer Kritz, Harvard Medical Schoo.l Imagem: Divulgação.

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