Notícia

Lançado panorama dos resíduos sólidos no Brasil

De 2010 a 2014, produção de resíduos sólidos aumentou 29%

Divulgação, Finep

Fonte

FInep

Data

terça-feira, 4 agosto 2015 08:15

Áreas

Resíduos Sólidos. Gestão Ambiental.

Mais de 41% dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) coletados no País no ano passado, o equivalente a 29.659.170 toneladas, tiveram como destino final lixões e aterros controlados, também prejudiciais ao meio ambiente e à saúde. É o que revela o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil de 2014, lançado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Vulgarmente denominados “lixo urbano”, os RSU são resultantes das atividades doméstica e comercial da população. Nos últimos anos, vêm representando um grande desafio aos gestores públicos e às empresas geradoras: de 2010 a 2014, a produção desses resíduos aumentou 29%, quase cinco vezes mais que a taxa de crescimento populacional no período (6%).

Buscando contribuir para o melhor gerenciamento dos RSU no País, desde 2011 a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) investe numa rede de pesquisa que estuda soluções para o problema. Ao todo, foram alocados R$ 3,4 milhões no projeto. Intitulada “Metodologias e tecnologias para a gestão sustentável de resíduos sólidos: ênfase na redução e valorização em ambientes urbanos”, ou simplesmente TECRESOL, a iniciativa reúne professores, pesquisadores e bolsistas de cinco universidades federais brasileiras: Bahia, Minas Gerais, Ceará, Tocantins e Vale do Rio dos Sinos (RS). As pesquisas adequam-se à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2010, que forneceu as diretrizes para a gestão desses materiais no País.

Os especialistas estudam três tipos específicos de resíduos: Resíduos Sólidos Orgânicos, Eletroeletrônicos e da Construção Civil. A escolha baseou-se nas particularidades apresentadas por cada um deles. “Os orgânicos representam 52% de todo o resíduo de origem doméstica no Brasil. A quantidade de resíduos eletroeletrônicos produzida, por sua vez, é crescente: cada vez mais os produtos saem das fábricas com uma vida útil estabelecida. Já a construção civil é uma das grandes indústrias geradoras no seu processo produtivo”, informa a coordenadora do projeto e Dra. em Engenharia Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (USP), Viviana Zonta.

Benefícios compartilhados

O TECRESOL vem gerando informações pioneiras que, além de tornarem possíveis diagnósticos mais fiéis à realidade, poderão subsidiar tomadas de decisões dos gestores públicos e empresários. Em Minas Gerais e na Bahia, por exemplo, foi firmado um acordo com a MRV Engenharia. A empresa forneceu dados sobre diversas obras, que serão analisados pelos pesquisadores. O objetivo é mostrar que os resíduos podem ter valor econômico e retornar ao ciclo de produção. “Queremos mostrar as possibilidades de reinserção de materiais. Os benefícios extrapolam os canteiros de obra”, garante Viviana.

Em Palmas (TO), outra iniciativa pioneira foi desenvolvida dentro do contexto do projeto. Pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins criaram um aplicativo que agiliza a identificação das chamadas disposições irregulares. Comumente, resíduos gerados em canteiros de obra são descartados clandestinamente em terrenos baldios. Com o tempo, essas áreas passam a atrair outros tipos, como os de origem doméstica. Instalam-se verdadeiros “pontos de lixo” dentro da malha urbana, causando danos ambientais e sanitários. Através do aplicativo, os cidadãos poderão denunciar essas irregularidades diretamente para o setor da prefeitura responsável pelo controle dessas áreas.

Conscientização e vontade política

Apesar dos avanços nas pesquisas, ainda é preciso transformar o conhecimento técnico em ações concretas. “Há uma legislação que estabelece parâmetros claros para a gestão sustentável dos RSU. Nós também já temos conhecimento científico sobre o assunto alocado em nossas instituições de ensino e pesquisa. Precisamos de mais vontade política para solucionar a questão e de conscientização dos cidadãos, que também fazem parte dessa cadeia”, conclui a coordenadora.

Por dia, o brasileiro gera, em média, 1,062 quilo de lixo.

Fonte: Finep. Imagem: Divulgação, Finep.

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