Notícia

Hipoglicemia em recém-nascidos: estudos melhoram conhecimento científico

Dois artigos na mesma edição da revista científica JAMA e editorial na revista reconhecem a importância de pesquisas realizadas na Nova Zelândia

Yousef Espanioly via Unsplash

Fonte

Universidade de Auckland

Data

quinta-feira, 31 março 2022 10:40

Áreas

Endocrinologia. Medicina. Metabolismo. Pediatria. Saúde da Criança.

Recém-nascidos em risco de danos cerebrais devido a níveis baixos de açúcar no sangue estão cada vez mais seguros: pesquisa realizada no Instituto Liggins da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, continua a abrir novos caminhos de conhecimento científico, com dois artigos publicados na mesma edição da revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA).

“Os artigos mais recentes constroem ainda mais o corpo de evidências necessário para ajudar os médicos a entender a melhor forma de cuidar desses bebês”, disse o Dr. Frank Bloomfield, diretor do Instituto Liggins.

“É uma conquista incrível ter dois artigos publicados na  [revista científica] JAMA e um editorial contextualizando-os. As descobertas de um desses artigos provavelmente serão incorporadas à prática clínica internacionalmente, enquanto o outro aponta para onde mais pesquisas são necessárias, o que também é inestimável”, destacou o Dr. Bloomfield. Os artigos contribuem para o conhecimento científico sobre recém-nascidos que estão em risco ou com níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia).

“Nos bebês, a glicose é a principal fonte de energia para o cérebro e episódios de baixa glicose no sangue após o nascimento podem ter efeitos adversos permanentes no pensamento, aprendizado e coordenação”, disse o professor Dr. Chris McKinlay, coautor do estudo CHYLD (referente ao artigo ‘Association of Neonatal Hypoglycemia With Academic Performance in Mid-Childhood‘).

“Os bebês geralmente têm níveis de glicose no sangue mais baixos do que os adultos nas primeiras 72 horas após o nascimento, mas os limites inferiores seguros para bebês em risco não são claros”, disse o Dr. McKinlay.

O Estudo CHYLD é o primeiro grande estudo de coorte prospectivo a acompanhar um grupo de bebês em risco de baixos níveis de glicemia após o nascimento até os 9 a 10 anos de idade. Os bebês em risco incluíam aqueles nascidos pequenos, grandes, prematuros ou de mães com diabetes, representando aproximadamente 30% de todos os nascimentos.

“Descobrimos que, com triagem regular e tratamento para manter os níveis de glicose no sangue iguais ou superiores a 2,6 mmol/L [47 mg/dL], as crianças afetadas pela baixa glicemia após o nascimento (em comparação com aquelas não tão expostas) foram capazes de alcançar resultados semelhantes no meio da infância, incluindo função executiva, função motora visual, regulação comportamental emocional e desempenho escolar. Este estudo forneceu orientações importantes para o manejo de bebês em risco de baixa glicose no sangue e será incorporado às diretrizes de prática clínica nacionais e internacionais”, destacou o Dr. Chris McKinlay.

O outro artigo, ‘Prophylactic Oral Dextrose Gel and Neurosensory Impairment at 2-Year Follow-up of Participantes in the hPOD Randomized Trial‘, investigou o desenvolvimento aos dois anos de idade em bebês que participaram de um estudo que testou se dar uma única dose de gel de dextrose logo após o nascimento reduz a incidência de níveis baixos de glicemia.

O teste hPOD anteriormente realizado confirmou que a dose preventiva de gel de açúcar reduziu o número de crianças que desenvolveram níveis baixos de glicose no sangue, disse a professora Dra. Dame Jane Harding, coautora correspondente.

“Este estudo de acompanhamento pretendia descobrir se isso fazia alguma diferença no desenvolvimento aos dois anos de idade. Descobrimos que não houve diferença entre os bebês que receberam o gel de açúcar e aqueles que receberam placebo na taxa de problemas de desenvolvimento em dois anos”, disse a Dra. Dame Jane.

“Isso pode significar que o gel não teve efeito suficiente nos níveis de açúcar no sangue para fazer a diferença, ou pode significar que dois anos ainda era uma idade muito precoce para detectar qualquer benefício, se houver. Estamos atualmente avaliando essas crianças de seis a sete anos de idade para podermos verificar isso”, explicou a pesquisadora.

O editorial na mesma edição da revista JAMA reforça a importância dos artigos para informar como a hipoglicemia neonatal pode ser compreendida e gerenciada.

Acesse o resumo do primeiro artigo científico (em inglês).

Acesse o resumo do segundo artigo científico (em inglês).

Acesse o resumo do editorial (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Auckland (em inglês).

Fonte: Jodi Yeats, Universidade de Auckland. Imagem: Yousef Espanioly via Unsplash.

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