Notícia

Hidrogel injetável desenvolvido na Unicamp tem potencial para tratar lesões articulares

Solução com ácido hialurônico e gelatina sofre transformação na presença de luz e libera molécula anti-inflamatória capaz de aliviar e tratar lesões articulares

Pedro Amatuzzi, Inova Unicamp

Fonte

Agência de Inovação Inova Unicamp

Data

sexta-feira, 18 novembro 2022 06:30

Áreas

Biomateriais. Bioquímica. Engenharia Biológica. Ortopedia. Reumatologia. Saúde Pública.

Analgésicos, anti-inflamatórios, colágeno, fisioterapia e até cirurgias. Algumas pessoas já tentaram de tudo e ainda sentem dores nas articulações. A osteoartrite ou artrite é responsável por até 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. A doença caracterizada pela degradação inicial progressiva da cartilagem limita os movimentos e reduz a qualidade de vida de aproximadamente 12 milhões de brasileiros.

Uma esperança para quem sofre com esse problema é uma solução injetável que se transforma em hidrogel – um material que absorve muita água -, desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). A tecnologia apresenta alto potencial de inovação para o setor biomédico. O material, bioabsorvível e compatível com os tecidos conjuntivos, permite o reparo de discos intervertebrais e outras articulações no próprio local da lesão, exercendo um papel amortecedor, semelhante ao da cartilagem, o que deve causar alívio da dor e melhoria da mobilidade.

“A princípio ele pode ser aplicado em qualquer articulação”, disse o Dr. Marcelo Ganzarolli de Oliveira, professor da Unicamp e coordenador da pesquisa. A invenção inédita levou a Agência de Inovação Inova Unicamp a apoiar o pedido de patente, depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A tecnologia está no Portfólio de Patentes da Unicamp e pode ser licenciada para empresas que desejam levar inovações bioquímicas ao mercado.

A solução sintetizada no Instituto de Química da Unicamp (IQ-Unicamp) é constituída de uma mistura de ácido hialurônico, gelatina e nanopartículas doadoras de óxido nítrico, um gás que exerce ações benéficas no organismo. “O ácido hialurônico, em combinação com o óxido nítrico, pode recuperar parcialmente o tecido cartilaginoso durante o tempo de residência do hidrogel na articulação. Não é uma ação sistêmica, é uma ação localizada”, comentou o professor Marcelo de Oliveira.

As aplicações tópicas – diretamente na pele – desses biomateriais já demonstraram exercer ações anti-inflamatórias, vasodilatadoras, cicatrizantes e antimicrobianas. O grupo recebe financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) por meio do Projeto Temático ‘Biomateriais absorvíveis e tópicos para a liberação localizada de óxido nítrico’ e de bolsas para estudantes de pós-graduação.

Efeito terapêutico prolongado

Em testes iniciais de bancada, que simulam as condições que o hidrogel encontraria dentro do corpo humano, houve a liberação prolongada da molécula anti-inflamatória por pelo menos quatorze dias. Segundo Daniele Mayara Catori, pesquisadora do IQ-Unicamp que trabalha no desenvolvimento da nova formulação durante seu doutorado, o novo material polimérico apresenta potencial para tratar a dor e estimular o reparo do tecido cartilaginoso em lesões articulares iniciais, causadas por desgaste natural (associado ao envelhecimento da população) ou por impacto, como o que acontece em lesões geradas por acidentes ou atividades físicas com sobrecarga.

Para chegar ao mercado, no entanto, a tecnologia ainda precisa avançar e passar em outros testes. O próximo estágio da pesquisa é conduzir experimentos pré-clínicos, antes de iniciar os testes clínicos em humanos. Como as universidades não produzem e comercializam produtos, o procedimento mais adequado, previsto pela Lei de Inovação, é o da transferência de tecnologia. Assim, para que o produto chegue ao mercado e possa ser produzido em escala comercial, o licenciamento da tecnologia é indispensável.

Acesse a notícia completa na página da Agência de Inovação Inova Unicamp.

Fonte: Ana Paula Palazi, Inova Unicamp. Imagem: Pedro Amatuzzi, Inova Unicamp.

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