Notícia

Equipe internacional desenvolveu ferramenta preditiva para ajudar a mitigar a COVID-19 na África

Pesquisa colaborativa tornou o software disponível gratuitamente on-line

Divulgação, Escola de Engenharia da Universidade Estadual da Pensilvânia

Fonte

Penn State | Universidade Estadual da Pensilvânia

Data

terça-feira, 6 julho 2021 07:30

Áreas

Bioinformática. Computação. Epidemiologia. Saúde Pública.

O vírus que dá origem à COVID-19 é o terceiro coronavírus a ameaçar a humanidade nas últimas duas décadas, mas ele é mais transmissível de pessoa para pessoa do que o SARS ou o MERS. O primeiro caso africano de COVID-19 foi diagnosticado no Egito em meados de fevereiro de 2020. Quatro semanas depois, os primeiros bloqueios começaram em toda a África. O Dr. Steven Schiff, professor da Escola de Engenharia da Universidade Estadual da Pensilvânia (Penn State), nos Estados Unidos, que já havia estabelecido parcerias de pesquisa em Uganda, viu uma oportunidade para sua equipe aplicar o que estavam aprendendo com seus esforços contínuos para rastrear e controlar doenças infecciosas e fornecer a países como Uganda mais informações para ajudar a orientar a política de mitigação da pandemia viral.

O resultado foi uma colaboração de vários países para desenvolver uma ferramenta de modelagem de vigilância que fornece uma projeção semanal de casos COVID-19 esperados em todos os países africanos, com base em dados de casos atuais, população, situação econômica, esforços atuais de mitigação e detecção meteorológica de satélites. Desenvolvido em colaboração com a Autoridade de Planejamento Nacional de Uganda (NPA), a organização sênior do país para o desenvolvimento e planejamento econômico, as projeções para a COVID-19 da ferramenta usam dados abertos disponíveis para fornecer uma projeção de casos, bem como intervalos inferiores e superiores para ajudar o país decidir se políticas de mitigação precisam ser implementadas ou modificadas.

Os pesquisadores publicaram sua abordagem na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O projeto foi financiado em parte pelo Prêmio de Pesquisa Transformativa do National Institutes of Health Director, um subsídio concedido à equipe do Dr. Schiff em 2018 por sua abordagem de “alto risco e alta recompensa” no tema saúde pública personalizada e preditiva (P3H).

Previsão orientando a prevenção em face de uma pandemia

“Quando a pandemia COVID-19 começou, tínhamos essa equipe incomum de cientistas trabalhando arduamente na implementação do P3H na África e pensamos que podíamos contribuir muito para a luta contra esse novo vírus”, disse o Dr. Steven Schiff, que fundou o Centro de Engenharia Neural da Penn State e atua como professor na Escola de Engenharia e também na Escola de Medicina da Penn State.

A equipe inclui o Dr. Paddy Ssentongo, pesquisador de Uganda, onde se formou em Medicina antes de se mudar para a Penn State para concluir um mestrado em saúde pública e um doutorado em epidemiologia.  “Esta pandemia nos mostrou que precisamos colocar mais ênfase na saúde pública global – especialmente em lugares com sistemas de saúde frágeis, incluindo muitos países da África. Se esperarmos que as pessoas adoeçam, já estaremos perdendo. A melhor coisa que podemos fazer é prevenir”, destacou o Dr. Paddy Ssentongo.

Os pesquisadores abrangeram várias disciplinas para trazer especialistas – de epidemiologistas a meteorologistas e economistas – em todos as áreas que influenciam a disseminação viral. “Reunimos uma grande equipe para resolver o que era necessário. A equipe é formada por 19 pessoas em quatro países, além de muitos outros indivíduos que contribuíram por meio de discussões e suporte”, ressaltou o professor Schiff.

A complexidade da mitigação

Tão importante quanto entender o número e a localização de pessoas com casos ativos, de acordo com o Dr. Steven Schiff, é entender a importância do clima, da geografia e de outros fatores, especialmente em países em desenvolvimento, onde muitas pessoas vivem e trabalham em condições mais expostas do que as pessoas em países industrializados .

“Se um país costeiro fecha suas fronteiras, Uganda – sem saída para o mar –  provavelmente verá casos [de COVID-19] aumentarem porque depende dos países costeiros para importações – sem as importações, as pessoas se moverão e interagirão mais para encontrar trabalho e comida”, disse o Dr. Schiff, observando que tais mudanças na movimentação [da economia] podem criar mudanças nas projeções de novos casos de países vizinhos em relação aos casos internos. “Você precisa de informações coletadas em tempo real sobre o vírus, como testes e bloqueios, além de outros fatores que influenciam, como a segurança econômica variada de diferentes países e seus sistemas de saúde. Nossa estratégia sintetiza todos esses dados em toda a África para fazer projeções surpreendentemente boas do número esperado de casos com base em como esses fatores interagem e influenciam a transmissão de COVID na população”, concluiu o pesquisador.

Os pesquisadores planejam continuar atualizando a ferramenta com mais informações à medida que estiverem disponíveis, bem como implementar dados sobre vacinas à medida que se tornem mais disponíveis na África. A ferramenta está disponível gratuitamente online.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual da Pensilvânia (em inglês).

Fonte: Escola de Engenharia da Universidade Estadual da Pensilvânia. Imagem: Divulgação, Escola de Engenharia da Universidade Estadual da Pensilvânia.

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