Notícia

Equipamento inovador faz análise do assoalho pélvico feminino

Alterações na musculatura podem levar a incontinência urinária ou disfunções sexuais

Divulgação, LabIMPH

Fonte

USP

Data

quinta-feira, 16 julho 2015 12:55

Áreas

Reabilitação. Biomecânica. Uroginecologia.

O termo ainda pode ser um estranho para boa parte das pessoas, mas a saúde do assoalho pélvico tem papel importante na qualidade de vida, principalmente das mulheres. Esta complexa estrutura composta de músculos, ligamentos e outros tecidos é quem sustenta os órgãos da região da pelve, como a bexiga e o intestino delgado, mantém a continência urinária e fecal e influencia a atividade sexual – isso graças à força e capacidade de sustentação de sua musculatura. Muitas mulheres, no entanto, não são nem mesmo capazes de contrair o assoalho pélvico voluntariamente, tendo estas funções prejudicadas.

No Laboratório de Biomecânica do Movimento e Postura Humana (LaBiMPH) da Universidade de São Paulo (USP), uma pesquisa passou a investigar a distribuição de cargas do assoalho pélvico em mulheres com incontinência urinária, disfunções sexuais e praticantes de pompoarismo (técnica voltada ao treinamento da musculatura vaginal com o objetivo de melhorar a vida sexual). A análise está sendo desenvolvida pela doutoranda Licia Pazzoto Cacciari, sob orientação da Profa. Dra. Isabel de Camargo Neves Sacco, que é coordenadora do Laboratório.

Sediado no Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (FOFITO) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o LaBiMPH já utilizava em seus estudos sensores para mensurar a distribuição de pressão e forças de contato, por exemplo, na pisada de pacientes diabéticos. Esse conhecimento foi utilizado para desenvolver um equipamento inovador voltado ao assoalho pélvico feminino: um cilindro coberto de sensores elásticos calibráveis que permite obter um mapeamento tridimensional das forças e pressões intravaginais. “Em outros aparelhos era possível medir a força, mas não se sabia de onde ela vinha. Este sensor permite enxergar quais partes do canal vaginal têm mais força, e isso ajuda a entender a fisiopatologia das doenças”, explica Licia.

Pliance® cylinder mat, fabricado pela empresa alemã Novel, foi adaptado especialmente para este fim. Em 2014, a proposta foi apresentada por Licia em Cambridge, na Inglaterra, em um evento da área e ganhou o prêmio de ideia mais promissora. No mesmo ano, a equipe do LaBiMPH conquistou o segundo lugar na Olimpíada USP de Inovação na categoria “Prova de Conceito”.

Avaliações

As mulheres que participam do estudo respondem a um questionário anônimo que, entre outras informações, busca compreender o impacto dos problemas uroginecológicos em suas vidas. “Às vezes a incontinência urinária é tão grave que a mulher não consegue sair de casa, fazer nada. Ela pode perder urina ao tossir, espirrar, por exemplo. Em casos graves, é comum que procurem uma cirurgia, mas em outras condições é importante dar a chance de fazer um tratamento conservador, ou seja, com exercícios que melhores o problema – essa deveria ser a primeira opção”, afirma a doutoranda.

Na maca, as participantes são avaliadas, primeiramente, pela fisioterapeuta Anice de Campos Pássaro, do Ambulatório de Uroginecologia do Hospital Universitário (HU) da USP, por meio do toque bidigital no canal vaginal. Depois, são feitas as avaliações com o sensor: pede-se que façam vários exercícios, como contrair e relaxar rapidamente, contrair por alguns segundos e relaxar, e fazer movimentos ondulatórios lentamente. A pesquisadora conta que muitas das mulheres têm dificuldade em realizar o que é pedido, pois nunca haviam feito nada parecido.

Se a gente treina essa musculatura com exercícios, a mulher adquire consciência desta parte do corpo, que é negligenciada, e consegue prevenir diversos problemas”, afirma Licia. Mulheres grávidas, por exemplo, podem realizar treinamento do assoalho pélvico para facilitar a saída do bebê no momento do parto. Isto evita a realização do corte na região do períneo (episiotomia) que é uma prática médica comum para prevenir o esgarçamento dos músculos.

Voluntárias

O estudo de Licia Cacciari se propõe a avaliar 100 mulheres. A meta já foi quase atingida, mas a intenção é continuar realizando as medições. Interessadas em participar da pesquisa podem entrar em contato com a equipe pelo email: [email protected]ou pelo telefone (11) 3091-8426.

As voluntárias devem ter entre 18 e 60 anos, com até dois filhos, e apresentar incontinência urinária, disfunção sexual ou serem praticantes de pompoarismo há pelo menos três meses. Além do diagnóstico, o grupo orienta sobre a prevenção e o tratamento das disfunções mencionadas. O estudo é desenvolvido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Fonte: Aline Naoe, USP Online. Imagem: Divulgação.

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