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Dopamina modula a experiência de recompensa provocada pela música

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Fonte

Universidade de Barcelona

Data

sábado, 26 janeiro 2019 15:35

Áreas

Biomecânica. Bioquímica.

Um novo estudo publicado na revista científica Proceedings of National Academy of Science (PNAS) revela uma relação causal entre as respostas de dopamina e recompensa em humanos quando eles ouvem música. O estudo foi realizado por pesquisadores do Grupo de Pesquisa em Cognição e Plasticidade Cerebral da Universidade de Barcelona e do Instituto de Pesquisa Biomédica Bellvitge (IDIBELL-UB), do Grupo de Pesquisa em Neuropsicofarmacologia Humana, do Grupo de Modelagem e Simulação em Farmacocinética/Farmacodinâmica  do Instituto de Pesquisa Biomédica do Hospital da Santa Cruz e São Paulo, da Universidade Autônoma de Barcelona (todos da Espanha) e do Instituto Neurológico Montreal da Universidade McGill, no Canadá.

Os pesquisadores manipularam a transmissão de dopamina farmacologicamente em 27 participantes enquanto ouviam música, e mostraram pela primeira vez a relação causal entre a dopamina e motivação e satisfação da música. Enquanto o precursor da dopamina, a levodopa, aumentou a experiência hedônica e as respostas motivacionais, como a compra de uma música, a risperidona as reduziu. Estes resultados abrem uma nova visão da neurobiologia e neuroquímica das respostas de recompensa associadas à música e contribuem para o debate aberto sobre a compreensão do cérebro humano.

Os humanos geralmente participam regularmente de atividades reconfortantes, como ouvir música, cantar ou tocar. Compreender como o cérebro traduz uma sequência de sons, como em uma música, em uma experiência satisfatória é um desafio.

Neste estudo, os pesquisadores analisaram a possibilidade de a dopamina, um neurotransmissor com um papel na regulação de experiências agradáveis ​​e motivação para agir de uma forma ou de outra, ter um papel direto sobre a experiência positiva ligada à musica. Para responder a essa questão, eles manipularam farmacologicamente a disponibilidade de dopamina para os receptores neurais dos participantes. Em três sessões diferentes com um intervalo de uma semana entre eles, os especialistas administraram por via oral um precursor da dopamina (a levodopa, que aumenta a disponibilidade de dopamina), seu antagonista (a risperidona, que reduz a sinalização dopaminérgica) e um placebo (lactose, como controle). Os pesquisadores consideraram que, se a dopamina desempenha um papel causal na satisfação causada pela música, a levodopa e a risperidona devem causar efeitos adversos em termos de satisfação musical e motivação.

A Dra. Laura Ferreri, pesquisadora do IDIBELL-UB e primeira autora do artigo, explica que “o estudo esclarece o papel do sistema dopaminérgico humano em termos de recompensas abstratas”. Além disso, “estes resultados desafiam estudos anteriores que têm sido feitos em modelos animais, nos quais manipulações dopaminérgicos mostraram um papel claro de dopamina na motivação e aprendizagem, mas que o seu papel era ainda controverso na regulação de respostas hedônicas com prêmios primários, como no caso de alimentos”. Os investigadores concluem que estes resultados “sugerem que a transmissão dopaminérgica em humanos podem ter papéis diferentes no processamento emocional, em particular em relação às atividades cognitivas abstratas, como ouvir música.”

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Barcelona (em inglês).

Fonte: Universidade de Barcelona. Imagem: Divulgação.

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