Notícia

Diretrizes para avaliação de potencial doador de órgãos

Documento estabelece critérios para seleção e contraindicações

Fonte

Revista Brasileira de Terapia Intensiva.

Data

quinta-feira, 13 outubro 2016 10:55

Áreas

Saúde Pública.

O transplante de órgãos é a única alternativa para muitos pacientes portadores de algumas doenças terminais. Ao mesmo tempo, é preocupante a crescente desproporção entre a alta demanda por transplantes de órgãos e o baixo índice de transplantes efetivados. Dentre as diferentes causas que alimentam essa desproporção, estão os equívocos na identificação do potencial doador de órgãos e as contraindicações mal atribuídas pela equipe assistente.

Para esclarecer este cenário, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), com apoio da Central de Notificação, Captação, Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes do Estado de Santa Catarina (CNCDO/SC) publicaram, na última edição da Revista Brasileira de Terapia Intensiva, um artigo intitulado “Diretrizes para avaliação e validação do potencial doador de órgãos em morte encefálica”. O documento pretende fornecer subsídios à equipe multiprofissional da terapia intensiva para o reconhecimento, a avaliação e a validação do potencial doador de órgãos.

As diretrizes foram divididas em quatro subgrupos: conceitos e rastreamento de possíveis doadores, diagnóstico da morte encefálica, critérios para seleção do potencial doador e contraindicações órgão-específicas.

PARTE 1 | Conceitos e rastreamento de possíveis doadores

A definição de morte encefálica é fundamental para rastrear um potencial doador. Morte encefálica (ME) é definida pela perda irreversível das funções do encéfalo (cérebro e tronco encefálico), manifestada por coma aperceptivo, ausência dos reflexos de tronco encefálico e apneia. As causas mais frequentes de ME são o traumatismo cranioencefálico (TCE) e o acidente vascular encefálico (AVE) que somam mais de 90% de todos os potenciais doadores. Outras causas incluem tumores cerebrais, infecções do sistema nervoso central (SNC) e anoxia pós-parada cardiorrespiratória.

Outro aspecto relevante refere-se à nomenclatura recomendada pela Organização Mundial de Ssaúde (OMS) e da “The Transplantation Society“. A mais adotada é a seguinte:

  • Possível doador: paciente que apresenta lesão encefálica grave e necessita de ventilação mecânica.
  • Potencial doador: quando a condição clínica é suspeita de preencher os critérios de morte encefálica, ou seja, um paciente é considerado potencial doador a partir do momento que se inicia o protocolo de morte encefálica.
  • Elegível para a doação: quando se confirma o diagnóstico de morte encefálica e não há contraindicação, conhecida previamente, para doação.
  • Doador efetivo: quando se inicia a operação para remoção dos órgãos.
  • Doador com órgãos transplantados: quando pelo menos um dos órgãos removidos é transplantado.

 

PARTE 2 | Diagnóstico de morte encefálica

Para diagnóstico clínico da morte encefálica é necessário haver coma aperceptivo de causa conhecida, ausência de todos os reflexos de tronco encefálico (pupilar, córneo-palpebral, óculo-cefálico, vestíbulo-ocular, reflexo de tosse) e apneia.

 

PARTE 3 | Critérios para seleção de potencial doador

Para selecionar o potencial doador deve ser realizada história clínica completa, incluindo antecedentes mórbidos, exame físico minucioso, solicitar exames complementares e inventário cirúrgico durante a remoção dos órgãos.

 

PARTE 4 | Contraindicações absolutas para doação de órgãos para transplantes

Contraindicar o transplante de órgãos a partir de doadores portadores das seguintes condições infecciosas: infecção por HIV, sorologia positiva para HTLV I e II, hepatite aguda, tuberculose em atividade, malária, infecções virais agudas (exemplos: rubéola, raiva, vírus do Oeste do Nilo, adenovírus, enterovírus, parvovírus, e meningoencefalite viral ou de causa desconhecida), menigoencefalite por criptococo e doenças priônicas. Sorologia para sífilis não contraindica doação, mas o receptor deve receber tratamento específico após o transplante. Não contraindicar a doação a partir de doadores com infecção bacteriana, desde que o doador esteja recebendo antibioticoterapia eficaz, preferencialmente, por pelo menos 48 horas.

Acesse o artigo científico completo.

Fonte: Revista Brasileira de Terapia Intensiva.

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