Destaque

Terapias baseadas em luz apresentam bons resultados na recuperação de sequelas pós-COVID

Fonte

Agência FAPESP

Data

sexta-feira. 29 abril 2022 17:30

Terapias à base de luz, como fotobiomodulação e fotodinâmica, aliadas a técnicas como laser e pressão negativa estão apresentando bons resultados na reabilitação de pacientes com sequelas pós-COVID-19, incluindo os que tiveram lesões musculares, articulares, neurológicas, dermatológicas e pulmonares. Os dados promissores foram apresentados em artigo publicado na revista científica Laser Physics Letters.

A pesquisa vem sendo conduzida por grupos do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Óptica Básica e Aplicada às Ciências da Vida – ambos coordenados pelo Dr. Vanderlei Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).

Os pesquisadores têm buscado criar diretrizes para o desenvolvimento da infraestrutura necessária para o tratamento de sequelas da COVID-19, assim como estabelecer novos protocolos de atendimento adequados a equipes multidisciplinares. No estudo publicado na revista Laser Physics Letters, em particular, são apresentados protocolos para tratamento de pacientes que ficaram acamados por longos períodos, precisaram ser intubados ou tiveram infecções secundárias no trato respiratório (como pneumonia bacteriana) – fatores que elevam o risco de mortalidade.

“O pós-COVID afeta várias partes do corpo. Há sequelas sensoriais [alteração de paladar e olfato], musculares [fadiga], circulatórias e inflamatórias, principalmente no sistema respiratório. Há ainda outras sequelas comuns a várias infecções, como zumbido no ouvido e parestesia [dormência] facial, além de lesões na pele para pacientes acamados por longos períodos. Nosso objetivo é contribuir com técnicas que melhorem todo esse quadro”, destacou o professor Vanderlei Bagnato.

Tecnologias inovadoras

“Nossa equipe vem trabalhando há bastante tempo com técnicas híbridas de regeneração para doenças crônicas e feridas que não se reabilitam, por exemplo. Todas as metodologias envolvem laserterapia combinada com pressão negativa [aparelho que promove sucção] e ultrassom”, disse o professor Vanderlei Bagnato à Agência FAPESP.

Na fotobiomodulação, a luz é aplicada para estimular o metabolismo, contribuindo para a proliferação de células e a cicatrização das feridas. Outro benefício importante é o alívio da dor. O comprimento da onda, o tipo da fonte de luz, a estrutura do pulso e o tempo de uso do laser são fatores relevantes para esse processo. O artigo mostra, por exemplo, como o uso da luz infravermelha próxima (que é de 810-1064 nm) pode ativar canais iônicos sensíveis à luz presentes nas células, aumentando processos bioquímicos que aceleram a proliferação e a migração celular, entre outros mecanismos.

Já a terapia fotodinâmica envolve moléculas fotossensibilizadoras e uma fonte de luz com comprimento de onda adequado, tendo como resultado a produção de espécies reativas de oxigênio – entre elas íon superóxido, peróxido de hidrogênio, radical hidroxila e oxigênio singlete –, que são capazes de inativar microrganismos patogênicos.

Com a chegada da pandemia de COVID-19, essas metodologias foram adaptadas. Grupos de pesquisa em odontologia, fisioterapia e biomedicina que já colaboravam com a USP de São Carlos buscaram, sob a coordenação do CEPOF, desenvolver novas tecnologias e protocolos para a recuperação dos pacientes que estavam internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) ou que tinham alta e sofriam com inúmeras sequelas.

Como explicou o professor Vanderlei Bagnato, as técnicas desenvolvidas pelo grupo podem ajudar a suprimir a reação inflamatória no pulmão – um dos órgãos mais comprometidos no pós-COVID-19. O método não invasivo tem se mostrado capaz de melhorar tanto as trocas gasosas como também aliviar dores e contraturas musculares na região torácica.

“O poder anti-inflamatório da radiação infravermelha tem ajudado muito nessas aplicações. Porém, mais do que isso, estamos desenvolvendo as ações fotodinâmicas para tratamento de pneumonias, principalmente as resistentes aos antibióticos. Desenvolvemos uma técnica que permite inalar uma molécula e tratar com iluminação extracorpórea a infecção, eliminando as colônias bacterianas”, contou o pesquisador.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Agência FAPESP.

Fonte: Cristiane Paião, Agência FAPESP.

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