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Estudo alerta sobre potenciais riscos à saúde causados pelo estresse térmico

Fonte

Fiocruz | Fundação Oswaldo Cruz

Data

terça-feira. 3 agosto 2021 07:20

Um estudo inédito conduzido por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta sobre os potenciais riscos de aumento da mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias devido ao estresse térmico, um termo técnico para definir o impacto do aumento das temperaturas no corpo humano. Os dados constam das análises sobre saúde contemplados na componente de Impactos, Vulnerabilidade e Adaptação da Quarta Comunicação Nacional do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), cuja elaboração é coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). A Dra. Sandra Hacon, pesquisadora da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), coordena o projeto.

“Nós olhamos para o impacto da exposição acumulada a altos níveis de estresse térmico, que é considerado de extremo risco à saúde”, explicou a doutora em saúde coletiva Ludmila da Silva Viana Jacobson. “O que acontece se você fica exposto durante sete dias, por exemplo, ao estresse térmico de alto risco? Qual o impacto disso em óbitos por doenças respiratórias e cardiovasculares?”, complementou a pesquisadora sobre as perguntas que nortearam o estudo elaborado para todas as capitais do país.

A mudança do clima está entre os maiores problemas ambientais da atualidade e entre as dez principais ameaças para a saúde global listadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Com o aumento global da temperatura, as projeções indicam que haverá intensificação do estresse térmico nos humanos, especialmente nas regiões tropicais.

O estudo buscou projetar o número de dias por ano associado a condições de estresse térmico, ou seja, quando o indicador WBGT supera 28°C. A temperatura de bulbo úmido (WBGT na sigla em inglês), é um indicador de estresse térmico composto pelas variáveis temperatura, umidade do ar, velocidade do vento e radiação solar, que representa a exposição a condições climáticas que influenciam a capacidade do corpo de manter a termorregulação. Esse índice que mensura a exposição ao calor que apresenta risco potencial à saúde humana é usado para avaliar o risco de sobrecarga térmica em atividades laborais em ambientes internos e externos.

Os pesquisadores estabeleceram o limiar do WBGT em 28°C, mas consideram que essa marca pode subestimar os impactos de eventos de estresse térmico devido às condições socioeconômicas e demográficas, ao acesso e à qualidade dos serviços de saúde e à capacidade de adaptação dos indivíduos. Além do número de dias com o WBGT acima de 28°C, os pesquisadores avaliaram os impactos associados em desfechos de mortalidade por doenças cardiovasculares para pessoas com idade maior de 45 anos, e por doenças respiratórias para pessoas com idade superior a 60 anos.

“A tendência é que, com o aumento da temperatura, o organismo reaja de alguma forma ao estresse térmico. Para as pessoas que têm problemas cardiovasculares ou alguma comorbidade, podem levar a situações mais sérias”, explica a Dra. Sandra Hacon, que também é coordenadora da Sub-Rede de Saúde, uma das 16 áreas temáticas que reúne pesquisadores da Rede Clima.

O estresse térmico no corpo humano ocorre quando há um aumento de temperatura durante um tempo determinado, como ondas de calor. Durante esse tempo de adaptação de um organismo humano saudável é comum haver dores de cabeça, mal-estar e perda da agilidade nas ações. No entanto, para alguns grupos considerados mais vulneráveis, como gestantes, idosos e pessoas com comorbidades, o estresse térmico pode ser mais danoso. “Nas gestantes, por exemplo, pode haver uma oscilação da pressão arterial”, exemplificou a professora Sandra  Hacon.

A avaliação ao risco de exposição ao estresse térmico foi elaborada a partir de dados do Datasus e de modelos climáticos, considerando o aumento médio na temperatura global de 1,5°C (2011-2040), 2°C (2041-2070) e 4°C (2071-2099), comparado aos níveis pré-industriais.  As trajetórias globais de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) é que devem definir o horizonte temporal sobre quando os níveis de aquecimento podem ser atingidos. “Os modelos já mostraram que há associação entre o nível de aquecimento global e o risco de óbitos e internações”, explicou Ludmila Jacobson.

Acesse a notícia completa na página da Fiocruz.

Fonte: Fiocruz.

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