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Dispositivos vestíveis mostram que a atividade física pode reduzir a fibrilação atrial e o risco de acidente vascular cerebral
A atividade física em conformidade com as diretrizes médicas está associada a um menor risco de fibrilação atrial e derrame, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts (MGH), nos Estados Unidos, que analisou cerca de 100.000 indivíduos equipados com acelerômetros usados no pulso para medir seu movimento. As descobertas dos pesquisadores sugerem que os dados de dispositivos vestíveis, incluindo uma nova geração de dispositivos com sensores que permitem a detecção de fibrilação atrial, podem fornecer uma oportunidade para a comunidade de saúde pública promover a atividade física moderada como uma forma eficaz de melhorar os resultados de saúde. O estudo foi publicado na revista científica European Heart Journal.
“Embora alguns estudos de base populacional tenham observado um risco menor de fibrilação atrial com [a prática de] exercícios, a relação permaneceu inconclusiva em parte porque esses estudos se basearam em autorrelatos dos participantes, uma ciência menos do que exata”, disse o Dr. Steven Lubitz, autor sênior do estudo e pesquisador da Divisão de Cardiologia do MGH. “Os acelerômetros vestíveis, por outro lado, fornecem uma medida objetiva e reproduzível da atividade física. O que descobrimos foi que a atividade de acordo com as recomendações das diretrizes está de fato associada a riscos substancialmente menores de fibrilação atrial e acidente vascular cerebral”, continuou o pesquisador.
Quase 100.000 membros do UK Biobank concordaram em usar acelerômetros – dispositivos eletromagnéticos que medem o movimento do corpo e a orientação para inferir certas atividades – por sete dias. Os pesquisadores do MGH então compararam esses dados com diagnósticos posteriores de fibrilação atrial e acidente vascular cerebral entre os participantes, a maioria entre 55 e 70 anos de idade, relatados ao Biobank de 2013 a 2020.
“Nossos resultados apoiaram as recomendações da Sociedade Europeia de Cardiologia, da Associação Americana do Coração e da Organização Mundial da Saúde para 150 minutos ou mais de atividade física moderada a vigorosa por semana”, observou o Dr. Shaan Khurshid, autor principal do estudo e pesquisador da Divisão de Cardiologia do MGH.
Dado o crescimento explosivo de dispositivos “inteligentes” com recursos de detecção cada vez mais sofisticados, o estudo enfatizou as oportunidades estimulantes que agora existem para vincular programas de prevenção de doenças a diagnósticos de fibrilação atrial. Esses dispositivos incluem dispositivos vestíveis e smartphones capazes de medir a frequência cardíaca e, assim, detectar possíveis arritmias e outras irregularidades por meio de sua fotopletismografia (uma técnica que detecta mudanças no fluxo sanguíneo através de sensores na pele) e recursos eletrocardiográficos (ECG).
“Não é difícil imaginar como esses dispositivos poderiam ser usados por médicos e pacientes para atingir um nível de atividade física que sabemos estar associado a um risco reduzido de fibrilação atrial. E com a identificação potencial de fibrilação atrial por meio de fotopletismografia e eletrocardiografia, os usuários podem ser alertados a procurar atendimento profissional antes do desenvolvimento de um derrame”, destacou o Dr. Steven Lubitz.
O Dr. Lubitz tem esperança de que essas tecnologias emergentes possam ser aplicadas não apenas à fibrilação atrial e ao derrame, mas também a outras formas de doença cardiovascular, incluindo hipertensão, e doenças metabólicas como diabetes, que podem ser afetadas pela atividade física de acordo com as diretrizes. “Dispositivos vestíveis capazes de monitorar atividades objetivas, mensagens motivacionais e detecção de doenças podem ser intervenções de baixo custo e altamente eficazes para melhorar os resultados de saúde para um número incontável de pessoas.”
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Hospital Geral de Massachusetts (em inglês).
Fonte: Hospital Geral de Massachusetts.
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