Notícia

Clampeamento tardio do cordão umbilical pode salvar vidas de bebês prematuros

Pixabay

Fonte

Universidade Monash

Data

segunda-feira, 6 novembro 2017 16:55

Áreas

Medicina. Obstetrícia. Saúde do Recém-nascido.

Milhares de bebês prematuros poderiam ser salvos esperando 60 segundos antes de clampear o cordão umbilical após o nascimento em vez de clampeá-lo imediatamente – de acordo com dois estudos internacionais, incluindo pesquisa da Universidade Monash, na Austrália.

Publicado na revista científica “The New England Journal of Medicine”, o estudo multicêntrico internacional, controlado e randomizado, recrutou mais de 1500 prematuros (o chamado Australian Placental Transfusion Study-APTS) para verificar que houve menos mortalidade no grupo de clamp tardio (6,4%) em comparação com prematuros submetidos ao procedimento padrão (9%).

Uma revisão sistemática avaliou os resultados de morbidade e mortalidade de 18 ensaios que compararam o clampeamento tardio versus o imediato em cerca de 3.000 bebês nascidos antes das 37 semanas de gestação (incluindo os bebês do estudo APTS) e descobriram evidências claras de que o clampeamento tardio reduziu a mortalidade hospitalar em um terço, sendo seguro para mães e bebês pré-termo. Os resultados desta revisão serão publicados no American Journal of Obstetrics and Gynecology.

Co-autor do estudo e Chefe do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade Monash, o Prof. Dr. Euan Wallace disse que esta é uma mudança simples para o cuidado imediato dos bebês prematuros ​​que podem aumentar significativamente suas chances de sobrevivência.

“O melhor de tudo, não há custo para a mudança. Não há novos medicamentos extravagantes ou novas peças de equipamento necessárias. Tudo o que é necessário é atrasar o clampeamento do cordão do bebê por um minuto ou mais”, disse o professor Wallace.

O Prof. Dr. Arvind Sehgal, da Universidade Monash, também foi um dos pesquisadores envolvidos com o estudo. “O estudo é um avanço significativo na medicina perinatal e pode beneficiar crianças de todas as gestações”, disse o professor Sehgal.

“Este é o maior estudo deste tipo envolvendo centros de todo o mundo e sugere uma grande mudança nos cuidados no momento do nascimento de recém-nascidos prematuros“, destaca o pesquisador.

“O sangue armazenado na placenta é o próprio sangue do bebê e a transfusão deste sangue da placenta ao atrasar o clampeamento do cordão em 60 segundos mostrou melhorar significativamente os resultados”.

“Este é um excelente exemplo de pesquisa clínica orientada por fisiologia colaborativa em nível internacional que, em última análise, beneficia os bebês mais vulneráveis“, disse o Dr. Sehgal.

O Prof. Dr. Graeme Polglase, também da Universidade Monash, explica que o nascimento é um momento crítico e desafiador, principalmente porque o recém-nascido tem que iniciar sua própria respiração, proporcionando assim o oxigênio crítico para seus órgãos. No entanto, 1 em cada 5 bebês que nascem na Austrália precisa de ajuda para essa transição de feto para recém-nascido.

“Este estudo mostra que simplesmente dar ao bebê um pouco mais de tempo para respirar antes de retirá-lo do suporte vital de sua mãe tem benefícios surpreendentes imediatos e de longo prazo para o recém-nascido“, conclui o professor Polglase.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês)

Fonte: Universidade Monash. Imagem: Pixabay.

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