Notícia

Antídoto para veneno de abelha

Pesquisadores da Unesp e de universidades parceiras iniciam estudo clínico para testar eficiência do soro Antiapílico

Divulgação

Fonte

Sociedade Paulista de Infectologia

Data

sexta-feira, 22 abril 2016 08:15

Áreas

Infectologia. Saúde Pública.

Os acidentes causados por abelhas afetam mais de 10 mil pessoas todo ano no Brasil, causando oficialmente 40 óbitos, mas estimativas apontam que esse número pode ser quatro vezes maior. Por ser importante agravo de Saúde Pública, e não ter tratamento específico, há décadas vários institutos de pesquisa vem trabalhando na tentativa de produzir um soro que pudesse servir de antídoto contra esse veneno.

Entre os componentes do veneno, a melitina se destaca como uma fração especialmente mais presente e potencialmente tóxica a órgãos como o rim, coração e fígado, entre outros, determinando grave quadro clínico que pode levar à morte.

Não há na medicina nenhuma medida específica que permita desativar o veneno, sendo que o tratamento se limita ao suporte avançado de vida, esperando que o organismo elimine o veneno, o que muitas vezes não basta para evitar o óbito.

Há cerca de quatro anos, um consórcio entre a Unesp e o Instituto Vital Brasil chegou a um produto que poderia ser experimentado quanto à segurança e eficácia em seres humanos. Foi então que, em 2013, liderado pela Faculdade de Medicina da Unesp e por sua Unidade de Pesquisa Clínica (Upeclin), o Estudo APIS (Ensaio clínico fase I/II, aberto, não randomizado, para avaliar a segurança, a capacidade neutralizante e confirmar a menor dose eficaz do soro antiapílico para o tratamento de múltiplas picadas de abelhas africanizadas Apis mellifera) foi delineado e entregue para análise das instâncias regulatórias no Brasil, o sistema CEP-Conep e a Anvisa.
O Estudo APIS tem como objetivo principal verificar a segurança do produto, ou seja, analisar se ele não causa eventos adversos graves que possam ser mais importantes que seu benefício. Como um soro contra o veneno de abelhas nunca foi testado em seres humanos, é fundamental que isso seja feito. O objetivo secundário é verificar a eficácia, ou seja, se ele protege e evita mortes em pacientes vítimas de múltiplas picadas de abelhas. Existe uma série de condições para que o paciente seja candidato a receber o produto, entre eles que seja vítima de mais de 200 picadas de abelhas e maior de 18 anos. O projeto do estudo contempla duas fases: 1. Protocolo de Manejo Básico: momento inicial no qual medidas de suporte avançado à vida recentemente revisadas devem ser seguidas à risca; 2. Aplicação do Soro Antiapílico: a depender do número de picadas, diferentes volumes do antídoto em estudo serão administrados. O APIS é um estudo multicêntrico e vai recrutar 20 pacientes em três importantes instituições de ensino e pesquisa no Brasil: a Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp, em Botucatu/SP), a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM, em Uberaba/MG) e a Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul, em Tubarão/SC).

A palestra para lançamento oficial do Estudo APIS ocorreu no dia 8 de abril de 2016 na própria Unesp, contando com a presença dos pesquisadores envolvidos no projeto.

Fonte: Sociedade Paulista de Infectologia. Imagem: Divulgação.

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