Notícia

Cuidados com crianças em viagens de avião

Especialista faz recomendações importantes para os pais antes da viagem

Pixabay

Fonte

Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica

Data

sexta-feira, 22 abril 2016 16:50

Áreas

Ortopedia. Pediatria. Biomecânica.

Tem aumentado significativamente nos últimos anos o número de viagens de avião, principalmente o de crianças. Mas os pais nem sempre estão bem preparados e orientados para levar seu filho no avião. A fim de evitar problemas em viagens aéreas com as crianças, a Dra. Daniela Rancan, especialista em ortopedia e traumatologia infantil e doenças neuromusculares e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial, faz recomendações importantes aos pais.

Orientações básicas

Os pais ou responsáveis devem portar os documentos necessários para a identificação da criança, bem como se informarem sobre possíveis epidemias ou endemias e as vacinas necessárias para o lugar de destino.

Geralmente até os 2 anos as crianças não pagam passagens e podem viajar no colo do responsável. Porém, para uma viagem mais confortável e mais segura é preferível pagar uma passagem e colocar a criança na sua cadeirinha de carro. Ela é ideal para garantir a segurança da criança em eventuais turbulências e nos procedimentos de decolagem e aterrissagem. Um detalhe: a cadeirinha precisa ter certificação internacional e conter a informação de que também pode ser usada em aeronave. Caso opte por carregar a criança no colo, deve solicitar um cinto de segurança especial para colocar nela.

Antes de viajar informe-se com a companhia aérea sobre como vai preparar a mamadeira ou a comida da criança, e o que pode ou não levar a bordo.

As aeronaves deslocam-se a uma elevada altitude, em torno de 12 mil metros de altura, e as cabines são pressurizadas, o que propicia conforto para deslocamentos rápidos. Embora nesta altitude os sintomas da adaptação do corpo humano sejam pouco percebidos nas viagens de curta duração pelo individuo saudável, eles ocorrem, e estas adaptações são devido ao ar mais rarefeito da altitude da cabine do avião. Em geral, os passageiros com condições médicas pré-existentes estáveis normalmente chegam muito bem ao aeroporto de destino.

No entanto aqueles com doenças crônicas ou em recuperação de quadros agudos podem ter algum grau de desconforto.

No caso de um recém-nascido, é prudente que se espere pelo menos uma ou duas semanas de vida até a viagem. Isso ajuda a assegurar a ausência de problemas congênitos ou respiratórios que possam prejudicar a criança.

As crianças pequenas podem sentir dores de ouvido principalmente na fase do pouso ou aproximação final da aeronave. Para alívio desse sintoma recomenda-se que a criança mame no peito ou mamadeira, chupe chupeta ou mesmo beba água no copo.

Há algumas doenças na criança que merecem atenção especial antes de embarcar:

Gripe, Otite, Sinusite

Na vigência de infecções agudas, a criança não deve embarcar, pois além do quadro poder se agravar durante o vôo, a criança pode sentir fortes dores de ouvido e de cabeça devido a obstrução nasal, e pode passar para outros passageiros.

Rinite/Asma, Bronquite

Quem tem rinite alérgica, pode ter os sintomas desencadeados pela baixa temperatura e ar mais seco dento do avião. Os sintomas podem ser minimizados com cuidados no pré-vôo e dentro do avião com o uso profilático de anti-histamínicos e corticóides. Durante o vôo, pode-se, também, umidificar a mucosa nasal com soro fisiológico e, antes dos procedimentos de pouso, é indicado usar descongestionante nasal para evitar a dor de ouvido.

A asma brônquica é a doença respiratória mais comum entre os viajantes, sendo incapacitante para o vôo em casos graves, instáveis e de hospitalização recente. Os asmáticos sempre devem levar na bagagem de mão seus medicamentos, principalmente broncodilatadores (bombinhas). Em casos emergenciais, consultar seu pediatra para melhor orientação.

Diarreia, Vômito

É um problema em potencial, principalmente para aqueles que visitam regiões endêmicas e com pouca higiene, as quais facilitam a transmissão de infecções. Apesar da doença ser auto-limitada, deve-se valer da hidratação oral para prevenir a desidratação. A Organização Mundial de Saúde recomenda intercalar um copo de água com um de soro. Não pode embarcar e deve-se procurar assistência médica em caso de febre alta, tremores, piora progressiva dos episódios, presença de sangue ou muco nas fezes, vômitos que impedem de tomar líquidos, sintomas persistentes após uso de sintomáticos, pois a criança pode desidratar gravemente durante o vôo e até evoluir a óbito.

Gesso e Fraturas

Não é muito infrequente as crianças cairem e fraturarem algum osso durante as viagens. Nas fraturas agudas estáveis, sem edema intenso, os gessos feitos até 7 dias antes de vôo, devem ser bivalvados para evitar sindrome compartimental, ou ser feita uma tala gessada, principalmente em vôos longos.

Em casos de fraturas instáveis ou edemas intensos, o risco é ainda maior de desenvolver sindrome compartimental e embolia gordurosa durante o vôo, principalmente os mais longos, e recomenda-se operar os casos em que há indicação e o ideal seria esperar 7 dias para voar devido ao edema.

Após cirurgias, no caso da anestesia geral isolada recomenda-se esperar 48h, pelo risco de pneumotórax caso fiquem bolhas de ar devido a ventilação sob pressão, e após raqui-anesteia ou peridural esperar 72h pelo risco de cefaléia.

Por razões de segurança, algumas companhias aéreas exigem que passageiros com gesso em membro inferior acima do joelho viajem em maca. Como alternativa, os pais podem comprar um assento extra ou viajar em classe onde tenha maior espaço disponível.

 

No caso de dúvidas entre em contato com a Sociedade Brasileira de Medicina Aeroespacial pelo site www.sbma.org.br ou pela página no Facebook, e para consultas rápidas acesse o manual “Doutor, posso viajar de avião?”

Fonte: Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica. Imagem: Pixabay.

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