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Terapia de ventilação não invasiva em casa pode melhorar condições de pacientes com DPOC

Em meta-análise da literatura considerando ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais comparativos, uso de dispositivo BiPAP teve efeitos positivos

Divulgação

Fonte

Clínica Mayo

Data

quarta-feira, 5 fevereiro 2020 12:15

Áreas

Biomecânica. Home Care. Medicina. Medicina Intensiva. Pneumologia.

Em um estudo publicado na revista científica JAMA, pesquisadores da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, descrevem os benefícios da terapia de ventilação não invasiva em casa – que inclui um tipo conhecido como pressão positiva em dois níveis nas vias aéreas, ou BiPAP – para pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A equipe identificou uma série de benefícios, incluindo mortalidade reduzida, menos internações hospitalares, menor risco de intubação, redução na falta de ar e menos visitas ao hospital.

A DPOC é uma doença pulmonar crônica que dificulta a respiração. A DPOC é a terceira principal causa de morte nos EUA, com mais de 15 milhões de pessoas atualmente vivendo com a doença, de acordo com a Associação Americana de Pulmão.

Muitas pessoas que têm DPOC sofrem de hipercapnia, a retenção de dióxido de carbono – um produto residual do metabolismo normalmente expelido pelos pulmões à medida que a pessoa respira. Isso pode levar a insuficiência respiratória aguda e hospitalização. Um tratamento para a hipercapnia crônica é a ventilação não invasiva ou uma máquina com uma máscara que ajuda a melhorar a respiração.

O Dr. Michael Wilson, médico pneumologista e de cuidados intensivos da Clínica Mayo, liderou o estudo, que foi financiado pela Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde dos Estados Unidos sob um contrato com o Centro de Prática Baseada em Evidências da Clínica Mayo.

“Embora haja muitas evidências apoiando o uso hospitalar de dispositivos respiratórios, como o BiPAP, até o momento, não sabíamos quais benefícios poderiam estar disponíveis quando enviamos as pessoas para casa com um novo equipamento. Havia indicações de que a terapia em casa poderia ser benéfica, mas havia estudos e diretrizes conflitantes sobre o que seria melhor para nossos pacientes”, explica o Dr. Wilson.  O pesquisador e seus colegas queriam determinar as melhores práticas, coletando e resumindo todo o conhecimento médico disponível em torno do tópico.

Para esse fim, a equipe conduziu uma meta-análise, combinando toda a literatura revisada por pares e outra literatura especializada para ensaios clínicos randomizados relevantes e estudos observacionais comparativos.

Depois de revisar mais de 6.300 citações, os pesquisadores descobriram 33 estudos avaliando resultados para 51.085 pacientes com DPOC e hipercapnia que foram acompanhados por pelo menos um mês enquanto usavam um ventilador não invasivo em casa durante o período noturno.

Entre esses pacientes, o uso de um ventilador não invasivo, com pressão positiva de dois níveis nas vias aéreas, em comparação com o uso de nenhum dispositivo, foi significativamente associado à menor mortalidade: 29,2% versus 22,3%. O uso de um dispositivo de ventilação não invasiva também levou a menos consultas e internações de emergência e menores taxas de intubação se os pacientes fossem internados no hospital.

“Embora pareça haver alguns benefícios claros no uso de dispositivos como o BiPAP, devemos ser cautelosos, pois os estudos incluem muitos tipos diferentes de pacientes com DPOC. E muitos dos estudos avaliados foram de qualidade baixa ou moderada. Ainda temos muito mais a aprender sobre quais configurações da máquina são melhores para diferentes tipos de pacientes. Além disso, apesar de muitos estudos em nossa revisão incluírem medidas de qualidade de vida, não vimos uma melhora. Embora alguns estudos tenham mostrado melhor qualidade outros estudos não mostraram diferença. Novamente, isso aponta para a importância de se avaliar com mais cuidado quais pacientes com DPOC podem ser beneficiados “, concluiu o Dr. Wilson.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Clínica Mayo (em inglês).

Acesse a página da Clínica Mayo em português.

Fonte: Emily Blahnik, Clínica Mayo. Imagem: Divulgação.

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