Notícia

Startup desenvolve plataforma para bioimpressão 3D de ouvido a partir de células vivas do paciente

Divulgação, 3DBio Therapeutics

Fonte

Universidade Cornell

Data

segunda-feira, 6 junho 2022 10:25

Áreas

Biomecânica. Biotecnologia. Empreendedorismo. Engenharia Biomédica. Impressão 3D. Otorrinolaringologia. Saúde da Criança.

Em um estudo clínico inédito, um paciente recebeu um implante de ouvido bioimpresso em 3D cultivado a partir de suas próprias células vivas – graças a uma plataforma de tecnologia desenvolvida por uma startup iniciada na Universidade Cornell, nos Estados Unidos.

Esse avanço da bioengenharia tem o potencial de melhorar significativamente a vida de aproximadamente 1.500 crianças que nascem anualmente nos EUA com microtia, uma deformidade congênita do ouvido. A abordagem poderia eventualmente levar a implantes de tecidos para o tratamento de outras condições e lesões traumáticas, terapia reconstrutiva e regenerativa e possivelmente até a biofabricação de órgãos inteiros.

A empresa, 3DBio Therapeutics, foi fundada em 2014 pelo Dr. Dan Cohen, que concluiu o doutorado em Cornell, pelo Dr. Lawrence Bonassar, professor de Engenharia Biomédica e de Engenharia Mecânica e Aeroespacial na Faculdade de Engenharia de Cornell, e pelo Dr. Hod Lipson, que lecionou em Cornell por 14 anos e agora é professor na Universidade de Columbia, também nos Estados Unidos.

A plataforma desenvolvida pela 3DBio Therapeutics é composta por um conjunto de tecnologias, processos e engenharia que suportam a bioimpressão 3D. “Este não é apenas um aplicativo que você nunca viu antes, mas também foi desenvolvido com uma tecnologia que você nunca viu antes. Mesmo implantes de engenharia de tecidos em geral, simplesmente não existem muitos deles no mercado, ou mesmo em estudos clínicos.”, disse o  Dr. Lawrence Bonassar, que concluiu o doutorado em Cornell.

O processo começa com uma biópsia da qual os condrócitos – células que formam a cartilagem – são extraídos da orelha impactada do paciente. As células são expandidas em um sistema especializado de cultura de células e depois misturadas com uma biotinta à base de colágeno, chamada ColVivo. Esse material é moldado por meio de uma bioimpressora 3D em um implante de ouvido vivo que corresponde ao tamanho e à forma de uma orelha típica. Este implante AuriNovo é colocado cirurgicamente sob a pele do paciente junto com um invólucro biodegradável temporário que fornece proteção e suporte estrutural.

Existem dois tratamentos atuais para a microtia. O primeiro envolve a retirada cirúrgica da cartilagem da costela de um paciente, esculpindo a cartilagem na forma de uma orelha e, em seguida, criando uma bolsa de pele na lateral da cabeça do paciente que irá segurar a orelha recém-formada. A segunda abordagem utiliza implantes plásticos, geralmente feitos de polietileno poroso, que são implantados de forma semelhante. Agora, a plataforma de bioimpressão 3D oferece aos pacientes uma solução alternativa com um implante de ouvido vivo feito de suas próprias células.

“A 3DBio assumiu com sucesso no ponto onde a academia parou e industrializou a tecnologia. Muitas vezes, com novas tecnologias, leva um tempo para que os obstáculos técnicos fundamentais sejam superados. Em seguida, há um progresso acelerado. Vimos isso na aviação, computação e muitos outros campos. Agora que acreditamos ter superado esses obstáculos fundamentais, essa plataforma de tecnologia pode causar impacto na vida dos pacientes e ser o início de um novo paradigma de tratamento.”, concluiu o Dr. Dan Cohen.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Cornell (em inglês).

Fonte: David Nutt, Cornell Chronicle, Universidade Cornell. Imagem: Divulgação, 3DBio Therapeutics.

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