Notícia

Sons de dispositivos e equipamentos médicos: há como tornar o ambiente hospitalar mais agradável?

Getty Images

Fonte

Universidade McMaster

Data

quarta-feira, 23 março 2022 13:45

Áreas

Bioeletrônica. Engenharia Biomédica. Medicina. Medicina Intensiva.

Vivemos cercados de sons, mas infelizmente nem todos são agradáveis. O Dr. Michael Schutz, professor de Cognição Musical e Percussão da Universidade McMaster, no Canadá, está trabalhando em como melhorar alguns desses sons, especificamente aqueles de hospitais.

“Como a maioria dos músicos, estou realmente interessado em sons, passo muito tempo pensando em sons e o que os torna bons e ruins”, disse o pesquisador ao Quirks and Quarks da CBC Radio.

“Bons sons, como aqueles das músicas, geralmente são muito complexos. Mesmo em uma única nota existe muita coisa acontecendo. Enquanto isso, sons simples, como os usados ​​em dispositivos médicos, costumam ser muito irritantes”, disse o professor.

Na verdade, esses sons de ‘beep’ dos dispositivos são tão irritantes que o Dr. Schutz disse que uma enfermeira uma vez descreveu seu local de trabalho como um ‘inferno de beeps’. “Irritar é bom para alguns alarmes, como um alarme de incêndio, porque o objetivo desse alarme é fazer você querer sair. Então, quanto mais irritante, mais eficaz ele é. Mas os alarmes de dispositivos médicos têm uma finalidade muito diferente, porque ali o objetivo não é alarmar e fazer médicos e pacientes quererem sair, mas informar”, disse o pesquisador.

Além do incômodo que causam, o Dr. Schutz disse que esses sons ‘ruins’ de dispositivos médicos podem levar os profissionais da saúde à fadiga e interromper o sono dos pacientes, o que pode prolongar o tempo de recuperação. Há até dados da agência regulatória dos EUA (FDA) que indicam que problemas com alarmes de dispositivos médicos levaram a mais de 500 mortes de pacientes.

“Esses sons irritantes podem ser melhorados com um pequeno ajuste”, disse o Dr. Schutz. Ao alterar a forma das notas para ter uma subida e descida mais natural, em oposição ao início e fim abrupto dos tons atuais, pode-se tornar o som mais complexo e mais agradável de ouvir.

O Dr. Michael Schutz e sua equipe estão trabalhando em uma série de experimentos para garantir que esses sons não sejam apenas menos irritantes, mas também tão detectáveis e apreensíveis quanto os sons atuais. Mas como esses dispositivos médicos devem seguir um determinado padrão, não é fácil mudar.

“Não podemos mudar o padrão até termos certeza de que temos uma abordagem melhor, mas não podemos testar novas abordagens até mudarmos os padrões. Temos que reunir as evidências necessárias para que os fabricantes tenham a confiança necessária para avançar com uma abordagem diferente”, concluiu o Dr. Michael Schutz.

Acesse a notícia completa na página da Universidade McMaster (em inglês).

Fonte: Andrea Lawson, Universidade McMaster. Imagem: Getty Images.

 

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.