Notícia

Robótica no futuro da cirurgia plástica

Equipamento oferece alta precisão para o cirurgião plástico e reduz cicatrizes

Divulgação, Da Vinci Surgical System

Fonte

SBCP

Data

terça-feira, 29 março 2016 13:00

Áreas

Cirurgia Plástica. Robótica. Biomecânica.

Os avanços tecnológicos são fundamentais para todos os setores da sociedade, inclusive nas áreas da saúde e cirurgia plástica. Recentemente diversas notícias mostraram o impacto positivo de novas ferramentas e recursos na busca por melhor qualidade de vida e saúde das pessoas, como o uso de próteses fabricadas em impressoras 3D em cirurgias plásticas reconstrutivas. Outra novidade promete impactar positivamente a especialidade: a cirurgia robótica.

O desenvolvimento e a aplicação deste instrumental iniciou-se há mais de 20 anos na área da cirurgia geral, mas apenas nos últimos anos esta tecnologia começou a ter sua aplicação na cirurgia plástica efetivamente estudada e testada. Por trás deste movimento de inovação incipiente há um brasileiro. O Dr. Marco Faria Correa, cirurgião plástico integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), é um dos pioneiros no mundo no uso da robótica na cirurgia plástica – além dele apenas um cirurgião plástico norte-americano utiliza a tecnologia.

“Este será o futuro das cirurgias minimamente invasivas inclusive na cirurgia plástica”, afirma o Dr. Faria-Correa. As principais explicações para que a robótica seja adotada na realização de cirurgias plásticas endoscópicas ou minimamente invasivas está relacionada à eficiência no procedimento e na segurança. “O auxílio da tecnologia anula possíveis tremores da mão, permite incisões menores, acesso a lugares difíceis e visualização detalhada da região operada. A robótica oferece alta precisão para o cirurgião plástico”, explica o especialista.

A tecnologia ainda é muito cara para estar acessível ao grande público. No Brasil existem cerca de 12 equipamentos de robótica, mas nenhum deles é usado para cirurgias plásticas. O número deve aumentar conforme o uso for aprimorado e se consolidar. “O equipamento não é muito caro quando comparando, por exemplo, com uma máquina de tomografia computadorizada. Em alguns anos a robótica chegará ao Brasil”, diz o cirurgião plástico.

De acordo com o Dr. Correa, o custo final de material de uma cirurgia plástica pode aumentar em até US$ 3 mil dólares. Apesar de ser um aumento significativo, há compensação em outras partes.

“A cirurgia robótica é a evolução da cirurgia endoscópica. As cirurgias minimamente invasivas apresentam muitas vantagens quando comparadas as cirurgias abertas como: menor risco de infeção, menor trauma cirúrgico, reduz o tempo de hospitalização, reduz o tempo de recuperação, deixa cicatrizes menores, mais rápido retorno para o trabalho, o que compensa o aumento do custo inicial”, afirma o cirurgião plástico.

Os estudos atuais do Dr. Correa se concentram em cirurgias plásticas de abdômen, enquanto o colega americano se dedica a outros procedimentos, como a reconstrução de mamas e microcirurgias e cirurgia de cabeça e pescoço. No futuro a tecnologia seguramente será utilizada em outras técnicas de cirurgia plástica.

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Robô cirúrgico Da Vinci (Fonte: Da Vinci Surgical System).

Quem manda é o cirurgião

Uma dúvida natural quando tratamos do assunto é a possível substituição dos cirurgiões plásticos por máquinas na hora de realizar procedimentos. Este cenário não deverá se tornar realidade. Apesar do nome robótica, não há nenhum tipo de inteligência artificial comandando o robô. Neste caso, ele é apenas a extensão do braço do especialista.

Quem opera é o cirurgião plástico e não o robô, que na realidade é uma máquina de cirurgia de alta tecnologia. O cirurgião inicia a cirurgia por métodos convencionais e instala os braços do robô no campo cirúrgico e então senta-se no console e dirige e comanda todos os movimentos. O robô não tem autonomia de movimentos ou criatividade. É o cirurgião com sua experiência e arte que realiza a cirurgia”, explica o Dr. Faria-Correa.

De acordo com o cirurgião plástico, a robótica dá mais precisão e possibilita trabalhar através de cicatrizes mínimas, utilizando mini instrumentos, eliminando os tremores e proporcionando uma imagem tridimensional e de alta definição. “A habilidade e o toque do profissional ainda serão primordiais para procedimentos de sucesso. Da mesma forma cirurgiões plásticos mais novos não serão mais capazes apenas por estarem familiarizados com conceitos similares ao da robótica: a habilidade e a experiência sempre farão a diferença”, esclarece o Dr. Faria-Correa.

Um bom exemplo disso é a própria trajetória do especialista. Antes de se especializar em robótica, o cirurgião plástico acumulou ampla experiência na área. Há 24 anos foi o pioneiro no uso da endoscopia em cirurgias plásticas de abdômen, que por fim acabou levando-o a evoluir para a cirurgia robótica, que representa o estado da arte da endoscopia. Há 10 anos se estabeleceu em Cingapura, de onde continua sua carreira.

Devemos estar sempre atentos à evolução das técnicas e tecnologias que ajudem a melhorar os nossos resultados. A robótica vem para nos facilitar e aperfeiçoar o que já fazíamos com a endoscopia e talvez para nos ajudar a buscar e desenvolver novos caminhos para uma cirurgia plástica ainda melhor”, diz o Dr. Marco, como e conhecido em Cingapura.

Antes de operar a tecnologia, o Dr. Faria-Correa esclarece que é preciso passar por um rigoroso treinamento, que varia de seis meses a um ano. O profissional é treinado primeiro em um simulador experimental e depois assiste aulas de outras cirurgias. O passo seguinte é executar cinco procedimentos sob supervisão de um profissional já certificado. Só depois de superar este estágio é possível obter a certificação em cirurgia robótica.

Fonte: SBCP. Imagem: Divulgação, Da Vinci Surgical System.

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