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Neuromielite óptica, doença ainda sem cura, pode levar à cegueira

Neurologista Tarso Adoni explicou que, por ser uma doença autoimune, ainda não se sabe o que a desencadeia, mas a boa notícia é que pode ser tratada

Getty Images

Fonte

Jornal da USP

Data

quinta-feira, 8 setembro 2022 06:25

Áreas

Imunologia. Medicina. Neurociências. Neurologia. Oftalmologia.

De uma hora para a outra, você apresenta problemas de visão, começando a não enxergar direito sem nenhum motivo aparente. Fique muito atento e procure um auxílio médico, pois pode estar com neuromielite óptica, doença rara, autoimune e ainda sem cura.

O Dr. Tarso Adoni, assistente do Departamento de Neurologia e também médico do Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), explicou que “essa é uma doença autoimune do sistema nervoso central em que canais de água, chamados aquaporina 4, são atacados por anticorpos produzidos pelo próprio paciente. O aquaporina 4 é fundamental para o funcionamento normal do sistema nervoso central. Quando esse canal é bloqueado pela presença dos anticorpos, existe uma lesão, que acontece principalmente nas estruturas do sistema nervoso central, que são ricas em aquaporina 4, nos nervos ópticos, na medula espinhal e áreas que apresentam contato com o líquor no sistema nervoso central e nos vasos”, explicou o especialista.

Por ser uma doença autoimune, não se sabe o que a desencadeia. As mulheres são mais afetadas do que os homens pela neuromielite óptica. “De cada nove mulheres, somente um homem desenvolve a lesão, que costuma ser detectada por volta dos 38 a 40 anos. Ela é mais comum em afrodescendentes e orientais, embora possa acontecer também em caucasianos”, destacou o neurologista.

Duas características

A doença apresenta duas características que se entrelaçam. Ela é mais comum em indivíduos que tenham outras doenças autoimunes. Assim, quem tem neuromielite óptica pode ter mais chances de um diagnóstico de miastenia gravis, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide e síndrome de Sjögren. Ao mesmo tempo, se a pessoa já tem alguma doença autoimune, está mais suscetível a apresentar a neuromielite óptica, que apresenta uma evolução de seus sintomas atingindo não só os olhos, mas outros órgãos, como destacou o Dr. Adoni.

“Os principais sintomas da neuromielite óptica são: inflamação do nervo óptico, conhecida como neurite óptica, que ocasiona dor ao redor ou atrás do olho, com danos à visão que, em casos graves, pode levar à cegueira. A medula espinhal também pode ser atacada, ocasionando um caso de mielite, ou seja, uma inflamação que pode levar à perda de movimentos, de sensibilidade, uma sensação de aperto no abdome ou no tórax, com dificuldade para urinar e evacuar. Podem ocorrer também inflamações na região do tronco encefálico, ocasionando caracteristicamente soluços, vômitos incoercíveis e vertigens.”

Tratamento

Há tratamentos efetivos, bastante eficazes, que buscam atenuar a resposta imunológica do portador, reduzindo a chance de que ele produza anticorpos que ataquem o seu próprio corpo. Há medicamentos disponíveis na rede pública de saúde que podem controlar boa parte dos problemas. Somente os casos chamados de ‘refratários’, que não respondem aos remédios disponíveis no SUS, necessitam de  um tratamento mais caro. Não há estudos definitivos sobre a patologia, mas, segundo o Dr. Adoni, há uma estimativa de 4 mil a 7 mil pessoas com neuromielite óptica em todo o Brasil. Se você apresentar algum dos sintomas relacionados, procure um neurologista, pois exames específicos irão ajudar em sua identificação, já que ela pode ser confundida com outras doenças.

Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.

Fonte: Simone Lemos, Jornal da USP no Ar. Imagem: Getty Images.

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