Notícia

Maior estudo de genoma abre portas para que o DNA seja usado para prever com mais precisão a altura de pessoas

karlyukav via Freepik

Fonte

Universidade de Queensland

Data

sexta-feira, 14 outubro 2022 06:25

Áreas

Bioinformática. Biologia. Ciência de Dados. Computação. Estatística. Genética. Genoma. Medicina. Pediatria. Saúde da Criança.

O crescimento das crianças será mais fácil de avaliar após um estudo liderado pela Universidade de Queensland, na Austrália, que analisou as variantes genéticas que influenciam a altura.

O Dr. Loic Yengo e o Dr. Peter Visscher, pesquisadores do Instituto de Biociência Molecular da Universidade de Queensland, trabalharam em colaboração com 600 pesquisadores no maior estudo de associação genômica (GWAS) de todos os tempos. O estudo analisou dados de 5,4 milhões de pessoas e descobriu 12.000 variantes genéticas que influenciam a altura.

“80% das diferenças de altura entre as pessoas são determinadas por fatores genéticos. As 12.000 variantes que encontramos explicam 40% das diferenças de altura, o que significa que abrimos a porta para o DNA ser usado para prever a altura com mais precisão do que nunca. Atualmente, a altura de uma criança é melhor prevista usando a altura média de seus dois pais biológicos, mas usando esses dados genômicos, os pediatras poderão obter uma estimativa melhor”, disse o Dr. Loic Yengo.

“Isso deixará os pais mais à vontade se as crianças estiverem crescendo conforme seus genes predizem, ou desencadeará mais investigações médicas e ajudará a detectar possíveis problemas mais cedo”, continuou o pesquisador.

As descobertas também podem ser usadas em investigações policiais para prever a altura pela amostra de DNA de um suspeito na cena do crime.

“Em estudos menores, as descobertas apareceram espalhadas no genoma, mas o enorme tamanho da amostra neste estudo significa que, pela primeira vez, vimos um agrupamento de variantes associadas à altura, particularmente perto de genes envolvidos em distúrbios do crescimento esquelético”, disse o professor Loic Yengo.

O Dr. Yengo disse que o estudo incluiu mais de um milhão de pessoas de ascendência não europeia, o que foi maior do que o normal para um estudo GWAS. “Embora isso seja uma conquista, os dados ainda são distorcidos para pessoas de ascendência europeia, um problema conhecido em estudos genéticos. Há um número crescente de iniciativas em todo o mundo para coletar dados genéticos mais diversos porque é fundamental ampliar o benefício dos estudos genéticos para todas as populações”, destacou o pesquisador.

Agora, a equipe planeja identificar os fatores genéticos restantes para a altura. “Esses outros fatores serão mais difíceis de encontrar, pois cada um deles tem um efeito menor e podemos precisar de pelo menos 20 milhões de amostras para concluir essa tarefa hercúlea”, disse o Dr. Loic Yengo.

O estudo da altura também abre caminho para a pesquisa de outras características e doenças controladas por genes.

O estudo foi realizado em colaboração com o professor Dr. Joel Hirschhorn, do Boston Children’s Hospital e da Escola Médica de Harvard, nos Estados Unidos; Dr. Andrew Wood, da Universidade de Exeter, no Reino Unido; Dr. Yukinori Okada, professor da Escola de Pós-Graduação em Medicina da Universidade de Osaka, no Japão, e outros pesquisadores do consórcio GIANT.

Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Nature.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Fonte: Instituto de Biociência Molecular, Universidade de Queensland. Imagem: adaptada de karlyukav via Freepik.

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