Notícia

Estudo indica que bebês podem ser identificados por suas conexões cerebrais

Estudo internacional indica que, semelhante a uma impressão digital, as conexões entre diferentes áreas do cérebro permitem a identificação de um bebê

Dominika Roseclay via Pexels

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

quinta-feira, 6 outubro 2022 15:10

Áreas

Bioengenharia. Bioinformática. Medicina. Neurociências. Pediatria. Saúde da Criança.

A conectividade estrutural e funcional do cérebro em adultos é específica e estável ao longo do tempo, então, como uma impressão digital, um novo estudo indicou que a conectividade cerebral pode ser usada para identificar indivíduos, como se fosse um ‘traço conectômico’.

Mas o cérebro dos recém-nascidos é muito diferente daquele dos adultos, com mudanças muito rápidas ao longo do tempo. Mesmo assim, uma equipe internacional de pesquisadores, da qual a Universidade Politécnica de Madri (UPM) faz parte, mostrou que, apesar dessas rápidas mudanças, a conectividade estrutural do cérebro permite a identificação de indivíduos por várias semanas após o nascimento, enquanto a conectividade funcional apresenta maiores limitações para isso. O estudo concluiu que as ‘impressões digitais conectômicas’ podem ser utilizadas não só para a identificação de indivíduos mas também para a detecção precoce de patologias.

O trabalho tem sido liderado pela Dra. Judit Ciarrusta, pesquisadora  do King’s College London, no Reino Unido, em colaboração com pesquisadores da Universidade Pompeu Fabra e da UPM, na Espanha, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres, no Reino Unido, e da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.

O estudo é baseado em medições da conectividade cerebral em um grupo de prematuros algumas horas após o nascimento. Para isso, foram utilizadas técnicas de difusão e ressonância magnética funcional, sensíveis respectivamente à estrutura e função do cérebro. Essas medidas foram repetidas no mesmo grupo de bebês algumas semanas depois e por meio de métodos estatísticos procurou-se identificar os bebês pela semelhança entre as medidas nos dois momentos considerados. Enquanto isso foi possível em 65% dos casos para as medidas estruturais, apenas 10% de sucesso foi alcançado para as medidas funcionais. Além disso, foram estudadas as capacidades de identificação de bebês de diferentes áreas cerebrais, fornecendo informações sobre as alterações decorrentes da maturação dessas áreas ao nascer, bem como sobre as diferenças entre os indivíduos.

O Grupo de Pesquisa em Tecnologias de Imagem Biomédica (BIT) da UPM −pertencente ao CIBER de Bioengenharia, Biomateriais e Nanomedicina do Instituto de Saúde Carlos III − colaborou no estudo desenvolvendo técnicas avançadas de imagem. Como destacou o Dr. Lucilio Cordero, membro do BIT e que fez parte da equipe de colaboradores do estudo, “contribuímos com métodos de reconstrução e correção de movimento em ressonância funcional e difusão, essenciais para obter qualidade de dados nesta população, pois é muito difícil para os bebês não se mexerem durante a aquisição das imagens no equipamento de ressonância magnética”.

Embora existam estudos semelhantes em adultos, e mesmo em adolescentes e crianças, este é o primeiro estudo desse tipo em recém-nascidos. Os resultados sugerem que a conectividade estrutural proporciona uma ‘marca’ individual relativamente estável e está presente ao nascimento, enquanto a conectividade funcional pode estar em um estágio mais imaturo ou dinâmico, ou apresentar mais dificuldades para sua interpretação. “O estudo fornece informações importantes para determinar o grau de maleabilidade de diferentes propriedades do cérebro dos bebês, com o objetivo final de ajudar a projetar procedimentos personalizados para promover o neurodesenvolvimento adequado”, concluiu o Dr. Lucilio Cordero.

Os resultados foram publicados na revista científica Developmental Cognitive Neuroscience.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espamnhol).

Fonte: Universidade Politécnica de Madri. Imagem: Dominika Roseclay via Pexels.

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