Notícia

Estimulação elétrica em feridas pode ser alternativa a antibióticos

Pesquisadores da Universidade de Washington desenvolvem bandagem inovadora

Divulgação

Fonte

Scientific Reports

Data

quinta-feira, 19 novembro 2015 12:15

Áreas

Biotecnologia.

A estimulação elétrica (EE) foi originalmente proposta no século passado para auxiliar a cicatrização de feridas. A estimulação pode eliminar os biofilmes da superfície de ferimentos infectados e assim facilitar o seu fechamento. Recentemente, avanços no uso do fenômeno elétrico nos sistemas biológicos tem atraído interesse renovado com a aplicação da EE como terapia alternativa nas feridas infectadas por biofilmes.  O emprego da EE via corrente direta (CD) tem sido o método de escolha mais efetivo para otimizar a cicatrização em modelos animais, in vivo e in vitro. Apesar da eficácia sugerida da CD, o mecanismo com o qual a EE potencializa a cicatrização permanece incerto.

A pesquisadora Sujala T. Sultana e colaboradores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, desenvolveram um novo modelo de estrutura eletroquímica (scaffold), que é aplicada como uma bandagem sobre o ferimento aberto, com a capacidade de eliminar quase completamente os resquícios de patógenos multi-resistentes a antibióticos, e que são frequentemente encontrados em infecções colonizadas por organismos multi-resistentes, que estão causando inúmeras mortes devido ao crescimento desses germes no mundo inteiro.

O estudo foi publicado on line em outubro na revista Scientific Reports. Os autores trabalharam com a hipótese que baixas concentrações de H2O2 produzidas através de uma conversão eletroquímica do oxigênio provocada pela ação de um potencial elétrico conduzido por um scaffold seria suficiente para destruir os biofilmes.  Para testar essa hipótese foi utilizada uma cepa multi-resistente da bactéria Acinetobacter baumanii, já que essa espécie é implicada em infecções multi-resistentes de difícil tratamento. Os pesquisadores demonstraram que quando a EE é aplicada sobre o biofilme bacteriano, ocorre a redução do oxigênio dissolvido para peróxido de hidrogênio na superfície do eletrodo. A baixa concentração dessa última substância causa a morte da bactéria e possibilita o fechamento da ferida. O peróxido de hidrogênio também é um desinfetante ativo que age sobre a bactéria e outros patógenos, eliminando o biofilme. No experimento foi utilizado um scaffold de carbono para conduzir o estímulo elétrico por um período de tempo prolongado. Após 24 horas da aplicação da EE houve uma redução quase completa dos biofilmes multi-resistentes. Esse estudo possibilitou o desenvolvimento de um dispositivo antibacteriano para cicatrizar feridas infectadas, que após ser patenteado poderá ser utilizado em outras bactérias.

Veja o artigo completo (em inglês).

Fonte: Scientific Reports. Imagem: Divulgação.

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