Destaque
Sistema desenvolvido em pesquisa da UFSC pode contribuir com redução de lesões em pacientes acamados
Um sistema baseado na Internet das Coisas, inteiramente projetado e construído em uma pesquisa de mestrado, pode contribuir com os cuidados de pacientes acamados e ajudar a evitar a lesões por pressão, um problema comum e grave que afeta os enfermos. O trabalho Sistema para prevenção de lesão por pressão em pacientes acamados e sem mobilidade baseado na internet das coisas da saúde foi defendido pelo pesquisador Jamil Yahuza Felippe no Programa de Pós-Graduação de Mestrado Profissional em Informática em Saúde (PPGINFOS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele utiliza a metodologia Design Science Research Methodology para propor um dispositivo e um software capazes de identificar e registrar rotinas de mudança de posição do paciente realizada pela equipe do hospital. A pesquisa tem orientação da professora Dra. Sayonara de Fátima Faria Barbosa.
As lesões por pressão, segundo o pesquisador, atingem diretamente a qualidade de vida dos pacientes, gerando reinternações, dor, desconforto, doenças oportunistas e até mesmo a morte. Jamil convivia com casos assim atuando como servidor da Saúde Pública em Santa Catarina desde 1994. No estudo, ao analisar o problema com mais profundidade e consultar protocolos, registrou que elas podem ser ocasionadas pela frequência e rotina da execução da mudança de posição do paciente.
No Brasil, por exemplo, segundo dados trazidos pela pesquisa, entre 2014 e 2017 houve mais de 23 mil casos notificados destas lesões. “Minha vontade era fazer a diferença diretamente na vida dos pacientes”, apontou Jamil. “O curso expandiu meus horizontes para um universo de possibilidades. O volume de benefícios que a informática em saúde gerará para os pacientes é infinita”.
O pesquisador utilizou uma metodologia que consiste em seis etapas, das quais ele desenvolveu cinco: identificação e motivação do problema; definição dos objetivos de uma solução; design e desenvolvimento do dispositivo; demonstração do uso e avaliação. Uma vez definido o problema, a busca da solução passou pela utilização de um dispositivo do tamanho de uma moeda de cinco centavos.
A inovação projetada por Jamil é composta por um Beacon, que se comunica com um smartphone, e, através do acelerômetro de três eixos integrado ao Beacon, comunica-se ao aplicativo por meio do sistema Android, composto por uma arquitetura de software baseada em Linux. A conexão ocorre via Bluetooth, o armazenamento dos dados utiliza-se do banco de dados SQLite, sendo desenvolvido através do AndroidStudio.
Tecnologia que salva vidas
O pesquisador lembra que o campo da informática da saúde deve contribuir cada vez mais com a qualidade de vida dos pacientes, particularmente daqueles que já estão enfermos, em tratamento. “Abre-se um universo de possibilidades, pois com a aplicação das inovações na área da saúde, utilização de padrões, podemos normatizar a coleta de dados, gerando informação e conhecimento”.
Também é possível, segundo ele, aumentar a precisão nos cuidados. “Podemos ter controle de praticamente tudo, desde os medicamentos tomados pelos pacientes, tipo de medicações, receituários, horários, consultas, uso de curativos e sua eficácia, evitando desperdícios e trazendo eficiência e eficácia no tratamento médico”, apontou o pesquisador.
Com a intensificação no uso de diferentes tecnologias, os pacientes podem, por exemplo, ser monitorados por georreferenciamento, identificando-se a evolução nos tratamentos. Também é possível monitorar visitas da equipe da família e calcular custos relacionados às atividades de saúde, gerando economia. Dentro dos hospitais, a utilidade se dá no monitoramento de leitos, verificação da eficiência do tratamento e demanda de insumos, exames e material humano.
O sistema criado na UFSC está em fase inicial de desenvolvimento. Com a dissertação defendida e publicada, neste momento, o pesquisador se concentra na validação da proposta por meio da apresentação em artigos científicos. “Existe a intenção, assim que for possível e que a pandemia permitir, de apresentar a solução para o Ministério da Saúde, com o intuito de disponibilizar para o maior número de pessoas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes acamados e sem mobilidade”.
Acesse a dissertação Sistema para prevenção de lesão por pressão em pacientes acamados e sem mobilidade baseado na internet das coisas da saúde.
Acesse a notícia completa na página da UFSC.
Fonte: Amanda Miranda/Agecom/UFSC.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar