Destaque

Pesquisadores estudam sistema de drenagem cerebral em 3D

Fonte

Universidade Yale

Data

sábado. 30 julho 2022 11:25

Os vasos linfáticos meníngeos são alvos potenciais para o tratamento de doenças cerebrais. Pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, e do Instituto do Cérebro de Paris (Hospital Pitié-Salpêtrière, Paris) estudaram imagens da drenagem cerebral por linfáticos meníngeos em camundongos e em humanos.

Um recente artigo publicado na revista científica Journal of Experimental Medicine e liderado pelo Dr. Jean-Leon Thomas, professor de Neurologia em Yale, e pela Dra. Anne Eichmann, professora de Medicina e de Fisiologia Celular e Molecular e codiretora do Centro de Pesquisa Cardiovascular de Yale (YCVRC), demonstrou que as vias de drenagem do líquido cefalorraquidiano (LCR) são semelhantes entre camundongos e humanos e relatou uma nova técnica de imagem baseada em ressonância magnética para pacientes com doenças neurológicas.

O sistema vascular linfático controla a vigilância imunológica e a eliminação de resíduos nos tecidos e órgãos. Os vasos linfáticos estão ausentes do sistema nervoso central (SNC), mas estão presentes nas bordas do SNC, nas meninges que protegem o cérebro e a medula espinhal. Os vasos linfáticos meníngeos drenam para os linfonodos do pescoço e o sistema imunológico periférico, o que os torna peças-chave no controle da imunidade cerebral. Os vasos linfáticos meníngeos também são importantes para a remoção de resíduos do cérebro, participando da depuração do líquido intersticial e proteínas solúveis, bem como na drenagem do LCR que fornece ao cérebro um tampão de fluido protetor contra lesões, uma via para nutrientes e sistema de eliminação de resíduos celulares.

O sistema linfático meníngeo afeta doenças neurológicas em muitos modelos de camundongos, incluindo doença de Alzheimer, esclerose múltipla, tumores cerebrais e outras condições. “Por causa de seu envolvimento em muitas doenças, o sistema linfático meníngeo atraiu muito interesse terapêutico”, explicou o Dr. Laurent Jacob, primeiro autor do estudo e membro da equipe de pesquisa de Paris. “No entanto, ainda não está claro onde a recaptura linfática das moléculas do LCR ocorre no contexto de toda a cabeça, em camundongos ou em humanos”.

Para saber mais sobre a arquitetura e a função da rede linfática meníngea, a equipe investigou a drenagem linfática do LCR usando imagens light-sheet post mortem em camundongos e ressonância magnética em tempo real em humanos. Ao combinar essas abordagens, os autores reconstruíram toda a rede de drenagem linfática do LCR.

A imagem 3D mostrou que os vasos linfáticos meníngeos entram em contato com os seios venosos da dura-máter e revelou uma extensa rede linfática meníngea ao redor do seio cavernoso na parte anterior do crânio. A partir daí, os linfáticos meníngeos saem do crânio através dos forames cranianos e drenam para os linfonodos cervicais.

A doutoranda Stéphanie Lenck, também do Hospital Pitié-Salpêtrière, realizou ressonância magnética linfática quantitativa em 11 pacientes afetados por várias doenças neurológicas. A pesquisadora estabeleceu um procedimento para visualização 3D de toda a vasculatura sanguínea e linfática nas meninges e no pescoço que revelou um volume linfático meníngeo significativamente maior em homens do que em mulheres. Pesquisas futuras terão que explorar se esses dados anatômicos estão causalmente relacionados à maior predisposição das mulheres para desenvolver doenças neurológicas como esclerose múltipla, meningiomas ou hipertensão intracraniana.

“Os vasos linfáticos meníngeos são alvos potenciais para tratar doenças cerebrais. Os laboratórios de Yale estão fazendo progressos no sentido de elucidar sua função por imagens da drenagem cerebral através de linfáticos meníngeos em camundongos e em humanos”, concluiu a Dra. Anne  Eichmann.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Yale (em inglês).

Fonte: Elisabeth Reitman, Universidade Yale.

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