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Estimulação cerebral transcraniana pode melhorar a memória em idosos

Fonte

NIA/NIH | Instituto Nacional de Envelhecimento dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA

Data

quarta-feira. 14 setembro 2022 19:45

O número de idosos em todo o mundo está aumentando, juntamente com um aumento no declínio da memória relacionado à idade. Os pesquisadores há muito procuram maneiras de prevenir ou reverter o comprometimento da memória. Eles conseguiram identificar circuitos e redes cerebrais específicos que fundamentam o aprendizado e a memória. Mas intervenções eficazes e duradouras para melhorar a memória ainda não estão disponíveis.

Uma equipe de pesquisa financiada pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) na Universidade de Boston, liderada pelo Dr. Robert Reinhart, vem explorando abordagens não invasivas para melhorar a memória em populações envelhecidas. Com base em pesquisas anteriores, os cientistas suspeitavam que a estimulação de baixa frequência na região parietal próxima à parte posterior do cérebro melhoraria a memória de trabalho de curto prazo, enquanto a estimulação de alta frequência no córtex pré-frontal na parte frontal do cérebro melhoraria a memória de longo prazo.

Eles testaram sua hipótese em um estudo randomizado e duplo-cego que incluiu 150 voluntários, com idades entre 65 e 88 anos. Eles usaram uma técnica chamada estimulação transcraniana por corrente alternada de alta definição (HD-tACS). O método envolve a aplicação de correntes elétricas fracas de frequências particulares em regiões específicas do cérebro para ajudar a modificar e sincronizar as atividades rítmicas do cérebro. Os resultados foram relatados na revista científica Nature Neuroscience.

Os participantes receberam 20 minutos de estimulação ou tratamento simulado por três ou quatro dias consecutivos. No início de cada sessão, eles vestiram uma calota craniana com vários eletrodos que fornecia correntes para regiões específicas do cérebro. O grupo controle recebeu um tratamento simulado de dois pulsos de estimulação de 30 segundos, no início e no final de cada sessão, para gerar sensações de formigamento como as sentidas nos grupos de tratamento ativo.

Para avaliar a memória durante as sessões de tratamento, os pesquisadores leram em voz alta cinco listas de 20 palavras comuns. Ao final de cada lista, os participantes foram solicitados a lembrar o maior número possível de palavras: as palavras ouvidas no final das listas envolviam memória de trabalho e as palavras lembradas perto do início da lista precisavam usar a memória de longo prazo. A memória também foi avaliada na linha de base (antes do início dos tratamentos) e 30 dias depois.

Os participantes que receberam estimulação de baixa frequência na parte posterior do cérebro melhoraram a memória de trabalho no terceiro e quarto dias de tratamento, bem como um mês depois. Aqueles que receberam estimulação de alta frequência para a mesma região do cérebro não mostraram tal melhora.

Em contraste, os voluntários que receberam estimulação de alta frequência, mas não de baixa frequência, na parte frontal do cérebro mostraram melhora da memória de longo prazo no segundo ao quarto dia de tratamento e um mês depois.

Os pesquisadores descobriram que o ritmo de melhora da memória observado ao longo dos quatro dias de tratamento previu a intensidade da memória um mês depois. E as pessoas que começaram o estudo com uma função cognitiva mais pobre tiveram melhorias maiores e mais duradouras. As descobertas sugerem que a atividade e o funcionamento do cérebro em pessoas idosas podem ser alterados e melhorados de forma sustentável usando técnicas não invasivas para modificar ritmos cerebrais específicos.

“Mais pesquisas são necessárias para determinar se esses efeitos podem durar mais de um mês e se esses métodos específicos também podem melhorar a função da memória em indivíduos com cognição prejudicada devido a distúrbios cerebrais e naqueles em risco de demência”, concluiu o professor Robert Reinhart.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto Nacional de Envelhecimento dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (em inglês).

Fonte: Vickie Contie, NIA/NIH.

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