Notícia

Interação humano-robô em cuidados de enfermagem: pesquisadores discutem tecnologias, perspectivas e aspectos sociais, legais e éticos

Pesquisadores discutiram as necessidades de quem recebe e presta cuidados de enfermagem e o desejo por tecnologias inovadoras

Andreas Heddergott, TUM

Fonte

TUM | Universidade Técnica d Munique

Data

sábado, 13 janeiro 2024 18:10

Áreas

Assistência Social. Bioética. Enfermagem. Engenharia Biomédica. Envelhecimento. Geriatria. Inteligência Artificial. Reabilitação. Robótica. Sistemas de Controle. Sociologia. Terapia Ocupacional.

Pesquisadores têm testado novos recursos do robô de enfermagem GARMI. Mas quais requisitos éticos, legais e técnicos devem ser estabelecidos para ajudar a construir confiança na utilização de robôs em cuidados de enfermagem? Esta questão foi o ponto focal do projeto de pesquisa ‘Robótica Responsável’ apoiado pelo Instituto Bávaro para a Transformação Digital (bidt).

Com a socióloga Dra. Ruth Müller, a especialista em ética médica Dra. Alena Buyx e o pesquisador de robótica Dr. Sami Haddadin, da Universidade Técnica de Munique (TUM), na Alemanha, e a jurista Dra. Iris Eisenberger, da Universidade de Viena, na Áustria, o projeto reuniu especialistas de diversas áreas.

O cuidado em enfermagem é menos avesso à tecnologia do que o esperado

“Queremos dar forma tangível à dimensão social da tecnologia”, afirmou a Dra. Ruth Müller, professora de política científica e tecnológica. “O importante é identificar os efeitos potenciais das tecnologias inovadoras durante o processo de desenvolvimento.” No contexto da ‘Robótica nos cuidados’, os robôs podem prestar apoio no trabalho quotidiano. Contudo, a sua utilização também pode alterar fundamentalmente importantes rotinas de cuidados de enfermagem. É por isso que é essencial integrar as perspectivas daqueles que prestam cuidados no processo de desenvolvimento.

“O objetivo é que os robôs apoiem o pessoal de enfermagem no seu trabalho e especialização – e não os substituam”, disse a Dra. Ruth Müller, que vê a robótica como uma tecnologia flexível, cujas consequências sociais “dependerão de muitas decisões e do peso de valores durante o processo de desenvolvimento”.

Em oficinas e semana de projeto com alunos, os pesquisadores identificaram diversas perspectivas sobre o tema. Foram discutidas as necessidades de quem recebe e presta cuidados de enfermagem e o desejo por tecnologias inovadoras. “A perspectiva dos cuidados de enfermagem é muito menos avessa à tecnologia do que por vezes se supõe”, afirmou a doutoranda Svenja Breuer, pesquisadora de inovação do Departamento de Ciência, Tecnologia e Sociedade (STS) da Escola de Ciências Sociais e Tecnologia da TUM. Pelo contrário, os estudantes de enfermagem tendem a ver os robôs como uma oportunidade para automatizar processos e entregar tarefas específicas. Os pesquisadores de cuidados de enfermagem também avaliam criticamente se as aplicações robóticas irão realmente melhorar a vida de pacientes que necessitam de cuidados de enfermagem.

Transparência para todos os envolvidos

Uma tecnologia que surgiu desta abordagem interdisciplinar é o gravador de dados para o robô de cuidados de enfermagem GARMI do Centro de Pesquisa Geriátrica do Instituto de Robótica e Inteligência de Máquinas de Munique (MIRMI). O gravador registra e virtualiza todo o processo de atendimento: “Registramos todas as interações com o robô para entender exatamente o que aconteceu em caso de acidente. Esta documentação é extremamente importante, especialmente com os grupos demográficos vulneráveis, como os idosos e as pessoas com deficiência física e intelectual, com quem lidamos”, afirmou o Dr. Maximilian Braun, membro da equipe de análise.

Com a ajuda do gravador de dados, todos os procedimentos e interações, por exemplo, numa sessão de reabilitação, são processados e tornados visíveis – de forma virtual e anonimizada. “Isto permite-nos compreender porque algo deu errado”, afirmou Svenja Breuer. Especialmente importantes para o desenvolvimento da tecnologia, acrescentou, não são apenas os engenheiros, cientistas sociais e especialistas jurídicos, mas sobretudo daqueles que mais tarde irão interagir com os robôs.

Em 2023, os pesquisadores publicaram dois artigos científicos sobre os aspectos tecnológicos e éticos do uso de robôs em cuidados de enfermagem, especialmente no que diz respeito à interação humano-robô: um artigo foi publicado em março de 2023 na revista científica ACM Transactions on Computer-Human Interaction e outro artigo foi publicado em junho de 2023 na conferência IEEE Workshop on Advanced Robotics and its Social Impacts.

Acesse a notícia completa na página da Universidade Técnica de Munique (em inglês).

Fonte: Andreas Schmitz, Centro de Comunicação Corporativa, TUM. Imagem: Pesquisadores testam novas capacidades do robô de cuidado GARMI. Fonte: Andreas Heddergott, TUM.

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