Notícia

Biomarcador físico poderá ser usado para terapia de restauração da córnea

Cientistas da Universidade de Quioto trabalham na avaliação da qualidade das células da córnea

Pixabay

Fonte

Universidade de Quioto

Data

quinta-feira, 25 julho 2019 10:05

Áreas

Oftalmologia. Física Médica. Biologia Celular.

Nossos olhos precisam de cuidados constantes e, à medida que envelhecemos, às vezes eles também podem precisar de intervenções importantes. As córneas são tecidos transparentes que têm sido o foco de algumas das cirurgias de transplante mais antigas e mais comuns. Agora, com os resultados de um estudo de pesquisadores japoneses, alguns desses transplantes podem se tornar ainda mais seguros.

A equipe, liderada por físicos da Universidade de Quioto e oftalmologistas da Universidade de Medicina da Prefeitura de Quioto (KPUM, da sigla em inglês), do Japão, desenvolveu um ‘biomarcador quantitativo’ que possibilita avaliar a qualidade das células da córnea – e até prever sua eficácia em longo prazo com uma observação simples. Os resultados deste estudo foram publicados recentemente na revista científica Nature Biomedical Engineering.

“Os transplantes de córnea tornam-se necessários quando as ‘células endoteliais da córnea’ diminuem em número, resultando em nebulosidade”, explica o líder do projeto, Dr. Motomu Tanaka. Os endotélios não se multiplicam bem no corpo humano, razão pela qual tem havido a necessidade de contar com o transplante de córneas doadoras para tratamento. Mas, em 2009, uma equipe de oftalmologistas da KPUM conseguiu desenvolver um método para cultivar as células in vitro. “Essas novas células poderiam então ser transplantadas para os olhos dos pacientes e restaurar suas córneas”, diz o Dr. Morio Ueno, da KPUM. Este método mostrou-se promissor nos ensaios clínicos, mas ainda existem dois grandes obstáculos à aplicação mais ampla: controle de qualidade das células antes da injeção e confirmação da funcionalidade a longo prazo.

Tipicamente, a qualidade celular é avaliada através de padrões de expressão de proteínas através de “citometria de fluxo”. No entanto, um único teste requer quase 100.000 células e depende muito das observações e da experiência de profissionais experientes.

“Células em um tecido estão constantemente interagindo umas com as outras para manter um estado estacionário, chamado homeostase”, explica o Dr. Akihisa Yamamoto, um dos autores do estudo acrescentando que o conceito de “física coloidal” – um método para medir interações de micro e nanopartículas – foi empregado para avaliar as células da córnea.

“Calcular as interações entre todas as células da córnea nos permitiu encontrar uma ‘constante’, correlacionada com a ordem coletiva das células.”

A avaliação é relativamente simples. Os pesquisadores só precisam extrair as “bordas” das células, seja de uma imagem microscópica das células em cultura ou de imagens de inspeção oftalmológica dos olhos dos pacientes. Tanto a qualidade das células quanto sua eficácia em longo prazo podem ser determinadas com apenas uma equação.

O procedimento tem aplicações potenciais na medicina preventiva, permitindo que médicos possam intervir antes que sintomas mais graves apareçam. “Nossos resultados são graças ao esforço conjunto de físicos e médicos envolvidos na medicina regenerativa. Prevemos que nosso ‘biomarcador quantitativo’ e o conceito por trás dele serão aplicados a outras culturas de células epiteliais e tecidos no futuro”, conclui o Dr. Tanaka.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia na página da Universidade de Quioto (em inglês).

Fonte: Universidade de Quioto. Imagem: Pixabay.

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