Notícia

UFPI obtém patente para invento de desinfecção eficaz de moldes odontológicos

O processo de desinfecção convencional costuma não ser eficaz na remoção completa de micro-organismos

Divulgação

Fonte

UFPI | Universidade Federal do Piauí

Data

sexta-feira, 2 novembro 2018 17:00

Áreas

Odontologia. Inovação.

A desinfecção de moldes odontológicos feitos de hidrocoloide irreversível (substância à base de algas), usados para fabricar modelos de gesso, sempre representou um desafio na rotina clínica e laboratorial. É que o processo de desinfecção convencional, que consiste em spray e imersão dos moldes em caixas com solução antimicrobiana, costuma não ser eficaz na remoção completa de micro-organismos e causar danos aos moldes, conforme a literatura.

Mas um invento desenvolvido na Universidade Federal do Piaui (UFPI), pela professora  Dra. Carmem Dolores Vilarinho Soares de Moura, do Departamento de Odontologia Restauradora, deve tornar o processo de desinfecção de moldes de hidrocoloide irreversível mais efetivo e seguro. Trata-se de um conjunto nebulizador, confeccionado em formato de caixa, que permite aplicar desinfetante em forma de vapor sobre o molde colocado em seu interior. Nos experimentos realizados, usou-se hipoclorito de sódio como desinfetante, em uma atmosfera com umidade relativa próxima a 100%, fundamental para a obtenção dos bons resultados. Em outubro deste ano, a UFPI recebeu deferimento do pedido de patente da invenção (PI 1000617-6 B1) junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), seguida de confecção de protótipo e comercializações. O pedido de patente foi depositado em março de 2010.

“A aplicação do desinfetante em forma de vapor atua sobre toda a extensão do molde, permitindo uma desinfecção efetiva, ao mesmo tempo em que se impede a acumulação do desinfetante em quantidade suficiente para afetar a qualidade da superfície do molde”, explica a professora Carmem Dolores. A importância da tecnologia, avalia a inventora, é atuar na biossegurança, impedindo a contaminação cruzada no manuseio dos moldes entre cirurgião-dentista, auxiliares e técnicos de laboratório. “O cirugião-dentista molda a boca e entrega o molde em hidroloide para o auxiliar vazar o gesso. Mesmo o auxiliar estando de luvas, o modelo de gesso que sairá de dentro do molde pode estar contaminado. A saliva contém muitos micro-organismos e, geralmente, na hora de moldar é comum o molde ficar sujo de sangue. E está provado que só a remoção com água não elimina os micro-organismos. Há o risco, por exemplo, de contaminação de tuberculose, hepatite C e HIV.” esclarece.

O aparato foi objeto da pesquisa realizada pela professora Carmem Dolores em sua dissertação de mestrado e tese de doutorado. O artigo sobre o invento foi publicado na Revista Odonto Ciência da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e encontra-se disponível para acesso pela comunidade científica. A UFPI detém os direitos de exploração comercial do invento, cedidos à instituição pela inventora. De baixo custo, a fabricação do protótipo, prevista para ocorrer ainda neste mês de novembro, está avaliada em cerca de R$ 60.

” Agora, com o reconhecimento do invento pelo INPI, o trabalho é confeccionar o protótipo, fazer o portfólio e sair em busca de empresas que possam reproduzir o invento em escala industrial”, explica a professora Dra. Maria Rita de Morais Chaves Santos, coodenadora do Nintec/UFPI. “A tecnologia cumpriu os três requisitos para obtenção da patente: novidade, atividade inventiva e aplicação industrial”. Quando à divulgação do invento a investidores, destaca: “A partir da divulgação da invenção na página da UFPI e em outros canais da Instituição, além da participação em feiras assim que houver oportunidade, levaremos a invenção. É um produto que tem tudo para poder ser comercializado”, avalia.

Acesse a notícia completa na página da UFPI.

Fonte: UFPI. Imagem: Divulgação.

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