Notícia

Treino faz cérebro desenvolver estratégias para amenizar doenças no futuro

Instituto Idor

Fonte

FAPERJ | Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro

Data

segunda-feira, 29 abril 2019 17:25

Áreas

Neurociências. Imagens Médicas.

Há muito tempo a ciência estuda as capacidades cerebrais a fim de desenvolver novas terapias que auxiliem, especialmente, na cura de doenças neurológicas. Nossos movimentos, pensamentos, capacidade de aprendizagem, enfim, todas as ações voluntárias e involuntárias do nosso corpo são regidas por comandos cerebrais. A novidade, recém-revelada por pesquisadores brasileiros, é que o cérebro pode ser treinado para mudar conexões em menos de uma hora. O próximo passo do estudo é verificar se o treinamento denominado “neurofeedback” será capaz de amenizar doenças, recuperando conexões e funções prejudicadas, como no Acidente Vascular Cerebral (AVC).

O trabalho de doutorado do neurocientista Theo Marins junto à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que foi orientado em sua pesquisa pela Dra. Fernanda Tovar-Moll, presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), e pelo Dr. Jorge Moll, presidente do conselho do Instituto Idor, foi publicado na revista científica Neuroimage e pode abrir caminho para o desenvolvimento de novas terapêuticas.

Segundo Theo Marins, até 2012 as pesquisas mostravam que o cérebro era capaz de mudar conexões cerebrais em um dia, após horas de treinamento. De lá para cá, com a ajuda da Ressonância Magnética Funcional e o neurofeedback, observou-se que as mudanças poderiam ser monitoradas em tempo real. E o mais importante do trabalho nessa primeira fase, realizada com pessoas saudáveis, é que as redes neurais se modificam em pouco mais de 30 minutos. Ou seja, com a utilização da técnica de neurofeedback é possível modificar as conexões neuronais em tempo recorde, funcionando como um treinamento cerebral que fortalece seu funcionamento.

A Dra. Fernanda Tovar-Moll explica que o treinamento do cérebro é possível devido a sua neuroplasticidade, ou seja, sua capacidade real de se adaptar, de reagir a mudanças e se reorganizar a partir de estímulos ou até patologias. Ela explica que essas mudanças na forma de funcionamento e das conexões entre diferentes áreas são as bases do aprendizado e da memória, por exemplo. Para ilustrar a neuroplasticidade, a pesquisadora comenta um exemplo de plasticidade maladaptativa, como da amputação de um membro, situação em que o cérebro se reorganiza e se adapta à nova condição, mas desencadeia sintomas em que o paciente ainda tem a sensação de sentir o membro amputado, muitas vezes com dor.

Segundo Fernanda, seu grupo vem estudando a neuroplasticidade em vários níveis, inclusive nos problemas neurológicos em crianças, cujo cérebro, ainda imaturo, tem capacidade bem maior de reorganização. Entretanto, acrescenta, existem várias evidências de plasticidade e de que é possível treinar o cérebro de adultos. Os resultados são bem animadores, inclusive na melhoria das funções de pacientes que sofreram AVC, que contam com protocolo similar ao utilizado no estudo. O desafio é documentar tais alterações e entender mais sobre a plasticidade cerebral. Tais descobertas podem ajudar a guiar terapêuticas mais eficazes no futuro. “O objetivo do nosso estudo vai além de testar a ferramenta de neurofeedback. Utilizamos esta estratégia com neuroimagem por ressonância magnética para induzir e documentar plasticidade em tempo real, para entender as alterações na estrutura e função do cérebro com este processo”, diz a radiologista e neurocientista, que tem apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) para a realização de suas pesquisas.

Acesse a notícia completa na página da FAPERJ.

Fonte: Paula Guatimosim, FAPERJ. Imagem:  Instituto Idor.

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