Notícia

Tratamento da insuficiência venosa superficial

Pesquisadores avaliam o tratamento da insuficiência venosa superficial com Laser 1470 nm

Fonte

Jornal Vascular Brasileiro

Data

sexta-feira, 4 setembro 2015 20:15

Áreas

Cirurgia Vascular.

A insuficiência venosa crônica é uma das doenças vasculares mais prevalentes do mundo ocidental. Consiste em um distúrbio no transporte de sangue no sistema venoso, sendo teoricamente causada pela ineficácia das válvulas de veias perfurantes, que passam a transmitir pressão do sistema venoso profundo ao superficial, em que fisiologicamente ocorreria um sistema de baixa pressão. Inúmeros fatores de risco têm sido associados à doença ao longo dos anos, incluindo história familiar, idade, obesidade, sexo feminino, estilo de vida, dieta e gravidez.

No Brasil, a doença venosa também apresenta alta prevalência, equivalente à de países desenvolvidos, chegando a 37,9% em homens e 50,9% em mulheres. As consequências desta doença frequentemente levam a uma pior qualidade de vida ao paciente, podendo evoluir com complicações, caso não se aplique um tratamento adequado. A abordagem de um paciente com tal condição deve incluir uma interação multiprofissional, com o objetivo de atuar sobre os fatores de risco modificáveis, prevenindo, dessa forma, diversas doenças com fatores de risco em comum.

O tratamento cirúrgico pode ser indicado nos casos refratários ao tratamento conservador, sintomas persistentes, doença avançada e insatisfação estética. A cirurgia convencional consiste basicamente na ligadura e/ou exérese dos segmentos venosos acometidos. No caso de comprometimento das veias safenas magna e parva, realiza-se a ligadura das mesmas junto à junção safeno-femoral (JSF) ou safeno-poplítea (JSP) e a ressecção total ou parcial. Complicações como a lesão de nervo safeno, tromboflebite, sangramento e infecção da ferida operatória podem ocorrer. Atualmente, técnicas menos invasivas vêm sendo introduzidas, como microespuma, ablação por radiofrequência e ablação endovenosa com laser, visando propiciar os benefícios intrínsecos de procedimentos minimamente invasivos, como diminuir as intercorrências pós-operatórias, melhorar o resultado estético e reduzir o tempo de recuperação, sem abrir mão das taxas de sucesso da cirurgia convencional.

Um estudo realizado pelo angiologista Dr. Gilberto do Nascimento Galego e colaboradores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi publicado no Jornal Vascular Brasileiro (vol.14, n.2, p.115-22) sobre o resultado do tratamento da insuficiência venosa superficial com Laser Diodo 1470 nanômetros (nm). A potência do laser foi definida pelo cirurgião, com base no diâmetro do vaso e na proximidade com a pele. A análise foi observacional do tipo coorte histórico com 74 pacientes, submetidos à ablação venosa das veias safenas com Laser 1470 nm no centro cirúrgico, no período de março de 2011 a maio de 2013, com no mínimo dois exames eco-Doppler pós-operatórios, totalizando 121 veias safenas tratadas (92 magnas e 29 parvas). Destes, 57 pacientes eram pertencentes ao Grupo A (fibra linear) e 17 ao Grupo B (fibra radial). O seguimento foi realizado com uma consulta clínica e eco-Doppler em um mês, seis meses e 12 meses, após o procedimento. O sucesso foi definido como a oclusão total do segmento venoso tratado.

Como resultado foi observado após seguimento médio de 13,4 meses (7 – 27) a oclusão total em 83% para veias safenas magnas e 89% para veias safenas parvas. Pacientes submetidos ao uso de fibra radial necessitaram de menos energia para oclusão da veia safena parva e apresentaram menos reações adversas. Como conclusão foi verificado que o tratamento da insuficiência de veias safenas magna e parva com o Laser Diodo 1470 nm é seguro e eficaz. A utilização da fibra radial foi associada a menos intercorrências em relação à fibra linear, apesar de sucesso semelhante.

Fonte: Jornal Vascular Brasileiro.

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