Notícia

Transmissão assintomática pode prolongar pandemia

Novo estudo estatístico mostra que a disseminação assintomática do novo coronavírus é provavelmente comum e significativa

Clovis Wood via Unsplash

Fonte

Instituto de Tecnologia da Georgia

Data

quarta-feira, 29 julho 2020 14:10

Áreas

Bioinformática. Epidemiologia.

Um novo estudo estatístico pode ajudar a dirimir as dúvidas remanescentes sobre a preocupação de pessoas sem sintomas da COVID-19 estarem espalhando a doença. A disseminação assintomática do coronavírus provavelmente é comum e significativa, disseram os autores do novo estudo.

“Para a maior parte dos cenários possíveis, a transmissão assintomática é importante na disseminação da COVID-19. Você precisa fazer suposições muito extremas sobre a disseminação para a transmissão assintomática para não ter importância “, disse o Dr. Joshua Weitz, professor do Instituto de Tecnologia da Geórgia (Georgia Tech), nos Estados Unidos,  e um dos pesquisadores do estudo.

Com que intensidade a propagação assintomática contribui para a curva da pandemia de COVID-19? O novo estudo abordou a questão com modelagem matemática e concluiu que isso depende de como a disseminação assintomática afeta o que é chamado de intervalo de geração para novas infecções.

Simplificando, o intervalo de geração é quanto tempo leva para uma pessoa infectada hoje infectar a próxima pessoa.

Saber onde esses intervalos caem permite que os pesquisadores calculem um valor mais preciso para o parâmetro R0 (R Zero), um número que indica a força inerente ao contágio da pandemia na ausência de medidas como distanciamento ou uso de  máscaras. O R0 é usado para projetar quanto tempo a pandemia pode durar, qual a altura da curva de infecção e quantas pessoas no total podem ficar doentes e morrer.

Mas, diferentemente dos dados comumente publicados, como novos casos por dia, hospitalizações ou número de mortos, a disseminação assintomática cresce sem que seja vista, porque esses casos muitas vezes permanecem sem registro.Documentá-los exigiria testes em larga escala de vírus e anticorpos e rastreamento meticuloso de contatos.

Isso torna difícil medir com precisão o impacto em tempo real da propagação assintomática. À luz disso, os pesquisadores calcularam como uma ampla gama de cenários de disseminação assintomática afetaria a natureza do intervalo de geração e o curso da pandemia.

Os cientistas descobriram que as contribuições da disseminação assintomática podem reduzir ou aumentar drasticamente o cálculo do R0. Isso significaria que se as hipóteses atuais sobre a expansão assintomática forem significativamente imprecisas, o valor de R0 e as projeções resultantes da duração e da gravidade da pandemia também seriam.

“Para obter R0, nós fazemos uma hipótese sobre como os intervalos de geração estão distribuídos. Não levar em conta os intervalos de geração assintomáticos leva a um viés na quantificação do R0 da COVID-19 ”, disse o Dr. Weitz, que é professor da Escola de Ciências Biológicas do Georgia Tech e diretor fundador do Programa de Pós-Graduação em Biociências Quantitativas.

A equipe, liderada pelo professor Weitz e pelo Dr. Jonathan Dushoff, da Universidade McMaster, no Canadá, publicou seus resultados na revista científica Epidemics.

Embora o estudo não considere atenuações como distanciamento social e uso de máscaras, os autores, bem como autoridades de saúde pública, disseram que ambos os procedimentos reduzem a força da transmissão do vírus. Se uma sociedade pode levar o parâmetro R0 abaixo de 1 – uma pessoa infectada infectando apenas uma outra pessoa em média – a pandemia começa a desaparecer, um sucesso que alguns países já alcançaram.

“Se há muita transmissão acontecendo pelo caminho assintomático, as máscaras realmente vão ajudar. Deveríamos priorizar o uso de máscaras como uma intervenção de saúde pública, independentemente dos sintomas ”, concluiu o Dr. Weitz.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Tecnologia da Georgia (em inglês).

Fonte: Ben Brumfield, Instituto de Tecnologia da Georgia. Imagem: Clovis Wood via Unsplash.

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