Notícia

Touchpad para boca permite que pessoas que vivem com paralisia possam interagir com computadores

Divulgação, Augmental

Fonte

MIT | Instituto de Tecnologia de Massachusetts

Data

sexta-feira, 7 junho 2024 14:45

Áreas

Bioeletrônica. Bioengenharia. Computação. Empreendedorismo. Engenharia Biomédica. Processamento de Sinais.

Quando Tomás Vega tinha 5 anos, ele começou a gaguejar. A experiência despertou nele a preocupação com a adversidade que pode vir com uma deficiência. Também lhe mostrou o poder da tecnologia.

“Um teclado e um mouse eram saídas”, disse Vega. “Eles me permitiram ser fluente nas coisas que eu fazia. Eu era capaz de transcender minhas limitações de certa forma, então fiquei obcecado com a superação de barreiras e com o conceito de ciborgues. Também ganhei empatia. Acho que todos nós temos empatia, mas a aplicamos de acordo com nossas próprias experiências.”

Tomás Vega tem usado a tecnologia para melhorar as capacidades humanas desde então. Ele começou a programar quando tinha 12 anos. No ensino médio, ele ajudou pessoas a lidar com deficiências, incluindo deficiências nas mãos e esclerose múltipla. Na faculdade, primeiro na Universidade da Califórnia em Berkeley e depois no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, Vega construiu tecnologias que ajudaram pessoas com deficiência a viver de forma mais independente.

Hoje, Tomás Vega é cofundador e CEO da Augmental, uma startup que implementa tecnologia que permite que pessoas com deficiências de movimento interajam perfeitamente com seus dispositivos computacionais pessoais.

O primeiro produto da Augmental é o MouthPad, que permite que os usuários controlem seu computador, smartphone ou tablet por meio de movimentos da língua e da cabeça. O touchpad sensível à pressão do MouthPad fica no céu da boca e, trabalhando com um par de sensores de movimento, traduz gestos da língua e da cabeça em rolagem do cursor e cliques em tempo real via Bluetooth.

“Temos uma grande parte do cérebro dedicada a controlar a posição da língua”, explica Vega. “A língua compreende oito músculos, e a maioria das fibras musculares são de contração lenta, o que significa que não se cansam tão rapidamente. Então, pensei: por que não aproveitamos tudo isso?”

Pessoas com lesões na medula espinhal já usam o MouthPad todos os dias para interagir com seus dispositivos favoritos de forma independente. Uma das usuárias do Augmental, que vive com tetraplegia e estuda Matemática e Ciência da Computação, disse que o dispositivo a ajudou a escrever fórmulas matemáticas e estudar na biblioteca — casos de uso em que outros dispositivos assistivos baseados em fala não eram apropriados.

“Agora ela pode fazer anotações em sala de aula, pode jogar com os amigos”, disse Tomás Vega. “Ela é mais independente. A mãe dela nos disse que ganhar o MouthPad foi o momento mais significativo desde sua lesão.”

Esse é o objetivo final do Augmental: melhorar a acessibilidade de tecnologias que se tornaram parte integrante de nossas vidas. “Esperamos que uma pessoa com deficiência grave nas mãos possa ser tão competente usando um telefone ou tablet quanto alguém usando as mãos”, disse o CEO.

Ganhando escala com o MouthPad

Muitos dos usuários atuais da Augmental têm lesões na medula espinhal, com alguns usuários incapazes de mover as mãos e outros incapazes de mover a cabeça. Jogadores e programadores também usaram o dispositivo. Os usuários mais frequentes interagem com o MouthPad todos os dias por até nove horas.

“É incrível porque significa que ele realmente se integrou perfeitamente às suas vidas, e eles estão encontrando muito valor em nossa solução”, disse Vega.

A Augmental espera obter a autorização da agência Food and Drug Administration (FDA) nos EUA no próximo ano para ajudar os usuários a fazer coisas como controlar cadeiras de rodas e braços robóticos. A autorização da FDA também desbloqueará reembolsos de seguro para usuários, o que tornará o produto mais acessível.

A Augmental já está trabalhando na próxima versão de seu sistema, que responderá a sussurros e movimentos ainda mais sutis de órgãos internos da fala. “Isso é crucial para nosso segmento de clientes iniciais porque muitos deles perderam ou têm função pulmonar prejudicada”, disse Tomás Vega.

Acesse a notícia completa na página do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Fonte: Zach Winn, MIT News. Imagem: MouthPad permite que  usuários interajam com smartphones e computadores usando a língua e outros gestos de cabeça. Fonte: Divulgação, Augmental.

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